Permito-me extrair do blog Diário do Centro do Mundo (DCM), o
artigo da lavra de Paulo Nogueira, do qual apropriei-me do título usado
para esta postagem.
Esclareço que Greenwald é um jornalista norte-americano e que
entrevistou há dias atrás o ex-presidente Lula. Entrevista imperdível!
E a pergunta referida por Paulo Nogueira é um questionamento que
faço de há muito tempo: quem bate ferozmente contra o governo diariamente e “desde sempre”? Respondo: o “bom dia brasil” (tudo em minúsculo mesmo, hein?) e
quem patrocina o lixo desse jornal matutino (pergunto eu)? O Banco do Brasil! E quem
é o maior acionista do banco? O governo. Isto, só pra ficar com um exemplo bem
particular e característico do que acontece com a imunda grande imprensa. Ela é
financiada pelo governo para massacrá-lo. Masoquismo governamental?
Leiamos o artigo, pois.
Não poderia ser melhor a
análise do excelente jornalista americano Glenn Greenwald sobre a imprensa
brasileira.
É
chocantemente desonesta.
Ela
não faz jornalismo, notou ele na entrevista com Lula. Ela faz propaganda contra
o governo.
Quer
dizer: seus donos fazem, eles que são um pequeno grupo entre as famílias mais
ricas do país.
Quem
vive no Brasil pode não ter noção de quanto é desonesta a mídia. Você pode se
acostumar com um bode na sala, se conviver muito tempo com ele.
Mas
para quem tem outras referências, como é o caso de Greenwald, é uma coisa
realmente espantosa.
Trabalhei
muitos anos na Abril, e alguns na Globo. Só fui notar com clareza o caráter
maligno de ambas ao viver em Londres. A distância me permitiu ver o horror
indecente que marca as companhias jornalísticas brasileiras.
Na
Inglaterra, você não vai encontrar nenhum jornal ou revista que faça nada
parecido com a imprensa brasileira. Nos Estados Unidos, idem. Em nenhuma
sociedade avançada é tolerada uma conduta criminosa como a da mídia do Brasil.
Numa
entrevista ao DCM, um juiz sueco disse que para ele era simplesmente impossível
pensar que um político na condição de Eduardo Cunha poderia estar em outro
lugar que não fosse atrás das grades.
Da
mesma forma, é impensável você imaginar em países mais civilizados uma imprensa
como a brasileira.
Quem
primeiro abandonou o jornalismo para se dedicar à propaganda disfarçada foi a
Veja.
Ela
fracassou. Está quebrada e perdeu por inteiro o respeito e a credibilidade.
Ninguém mais a leva a sério, tantos os disparates que cometeu. A Veja é um
morto que caminha.
Mesmo
assim, ela acabou sendo seguida pelo resto da mídia. As demais revistas
semanais, Época e IstoÉ, viraram subVejas. Toda semana elas se esforçam por dar
furos sensacionais que mudarão a República, e que terminam invariavelmente no
merecido esquecimento.
A
adesão mais espetacular ao antijornalismo veio do Jornal Nacional. O JN é hoje
uma Veja eletrônica. Aumenta ou inventa denúncias contra Lula e o governo,
esconde qualquer coisa positiva e por aí vai: perdeu completamente o pudor.
O
Jornal Nacional é tão aloprado, editorialmente, quanto a Veja.
Me
surpreende que os donos não percebam este movimento de autodestruição. Mas não
seria exatamente uma novidade. Na Abril, presenciei a derrocada editorial da
Veja, e em várias conversas de alerta que tive com Roberto Civita percebi que
ele não notava o fogo que grassava na imagem e na credibilidade da revista.
A
propaganda mais sutil é a da Folha. Ela abriga uma pequena cota de
progressistas para fingir pluralidade, mas o espaço inteiro fora das colunas é
dedicado a bater, bater e bater em qualquer coisa parecida com esquerda.
O
que Greenwald provavelmente não sabe é que essa mídia abjeta vive do
dinheiro público. Anúncios, financiamentos de bancos estatais, compras de
livros e assinaturas: são numerosas as formas como o dinheiro do contribuinte
vai parar nas companhias jornalísticas.
Ele
também não deve saber que nos anos do PT no poder os recursos públicos
continuaram a jorrar para as famílias Marinho, Civita e Frias.
Se
soubesse, ele teria incluído na entrevista a Lula esta pergunta: “Mas como o
senhor continuou a dar tanto dinheiro para esta mídia que conspira abertamente
contra a democracia?”