quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A Caxirola, “A revolta das Caxirolas”, O Barrismo Pernambucano, etc.

Mais uma crônica para espairecer.
Desde que ouvi falar na invenção da caxirola, eu pensei. Pô, “não tem nada a ver”. Bem, mas tantas são as coisas que ouço e vejo “neste mundo de meu Deus” e que penso com meus botões sobre a inutilidade, a impropriedade; enfim, o absurdo de sua existência (das coisas, hein! Por favor), mas que subsistem, convivem, regram modo de agir, modo de viver. São modismos duradouros, até, que não mais me surpreendem; nada mais é surpresa. Mas, bem, falava eu das pretensas substitutas das vuvuzelas africanas; as caxirolas, uma “sacada” de mercado, simplesmente.
Não tem diferença do caxixi. É um caxixi de plástico. Por isso, a sonoridade é um pouco mais estridente. Mas a única diferença que eu vejo é que a caixirola, por ser feita de um material mais duro, pode ser usada para machucar alguém”, disse o músico”. (quem diz isto é Naná Vasconcelos, o famoso, com méritos, percussionista pernambucano).
O nosso percussionista maior, Carlinho Brown, resolveu “inventar”, como já disse, a substituta das vuvuzelas, que teve simplesmente seu fim trágico, pois um “invento” tão inimaginável, tão genial, que somente serviu (e uso o passado porque já está estabelecido seu fim) para a “Revolta das Caxirolas”. Uma revolta eminentemente popular ocorrida por volta do mês de maio, da segunda década do século 21, revolta esta nascida no seio de uma população reprimida, humilhada, aprisionada nos grilhões impostos por uma outra nação dominante, opressora, insensível, cuja soberania já perdura, impiedosamente, por mais de um decênio e que deverá se estender por mais e mais, porém de resultados nada favoráveis para aquelas sofridas gentes, gentes que dominaram por muitos anos, mas à custa de métodos escusos. Bem, deixa prá lá essas coisas do futebol e futebol baiano. O resultado prático foi tão somente o fim de sonhos de ganho fácil.
Deixando de lado o fato desagradável que decretou o fim das caxirolas e agora falando sério. Eu tenho certeza que Brown conhece o que é caxixi. Tanto conhece que o caxi de caxirolas vem daquele instrumento. Por que não foi sugerido o uso de caxixis? Sabem quanto custa, ou melhor quanto custaria uma caxirola? Quase que trinta reais. Quanto custa um caxixi? No Mercado Modelo, será cerca de um 1/3 do preço do que seria o “novo” instrumento. Quem fabricará, melhor, quem fabricaria a caxirola? Quem fabrica o caxixi? Resposta a estas duas perguntas: quem sabe uma multinacional fabricou e fabricaria a caxirola e o caxixi é e será fabricado por artesãos baianos. Fácil entender a lógica de mercado, não?

PS.: ia esquecendo-me. Viajando pela internet, em pesquisa sobre a caxirola, tristemente li comentários imbecís de pernambucanos destilando atávicos, ultrapassados e inaceitáveis rancores barristas.