quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O ÚLTIMO DOMINGO DE SETEMBRO

A semana passada transcorreu sem muitas novidades. Destaques para:
O discurso da nossa presidenta na Assembléia Geral da ONU

Foi um discurso de uma estadista. Repreendeu os países “adiantados”, primeiromundistas pelo fato de, em seu consumismo desvairado e na libertinagem do “sistema financeiro”, terem provocado a crise que repercute e repercutirá mais ainda, em todo o planeta; deu lição de como se enfrentar a pobreza; tomou posição política claramente favorável à criação do Estado Palestino; deu “pitacos” sobre comportamento adequado em favor do meio ambiente. Enfim, completamente à vontade, serena e firmemente “deu seu recado”, o recado que é o das mulheres no poder, o recado do Brasil como nação que se assoma como grande potência mundial; que já não é mais “país do futuro”. O futuro chegou.

A derrota do Vitória
Para o Sport de Recife, o Vitória vergonhosamente caiu de “quatro” em Pernambuco, distanciando-se cada vez mais do G-4 e cada vez mais reforça minha convicção de que o time que está aí, somente por milagre, (como em futebol nada é absoluto), poderá retornar à elite.

A desvalorização do Real
Engraçado, ouvi, à exaustão, nos últimos tempos, na grande mídia, reportagens, entrevistas, debates, colunistas, etc., “batendo” na “supervalorização” do Real, que estaria causando desindustrialização, depreciando, aliás, estimulando a importação de produtos estrangeiros, principalmente, chineses, escancarando a porta do consumismo de importados, em detrimento de produtos aqui fabricados e das viagens internacionais (que só beneficiam os afortunados, a elite). Situação que se sabe, não é provocada diretamente por medidas governamentais....

Medidas de proteção à indústria brasileira
Também, uma das medidas tomadas pelo governo federal no intuito de proteger a indústria nacional foi a de sobretaxar carros importados. Ah! A “grita” é grande na grande imprensa e, até, o DEM (tem algo a ver com o demo?) saiu em defesa da indústria estrangeira, tentando junto à justiça o embargo da medida governamental. Carros importados “baratos” são aqueles originários da China que, todos sabem muito bem, as razões do baixo custo estão na maneira como é remunerada sua mão-de-obra.

O Milésimo Acesso
Com muito prazer, registro que este Blog já ultrapassou o 1.000º acesso. Número histórico e que me faz ir avante com este meu modesto projeto.





segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Terceiro Domingo de Setembro

Ponta do Humaitá
Quem conhece sabe que se trata de um ponto turístico da maior importância para Salvador e ali, não obstante às intempéries, à desadministração municipal (que não vem de agora – não quero falar, neste momento, de JH, nosso atual intendente – à depredação dos vândalos e a outras coisitas más); realmente, para mim, trata-se, talvez, do mais importante natural produto turístico e, corroborando com esta minha afirmativa, do jornal A TARDE, de hoje, vejo uma reportagem, que é de Thiago Guimarães, sobre o “Humaitá”. Ali tem-se o “...melhor por-do-sol. Você pega ele de frente” (transcrevendo opinião de um entrevistado).
A ponta do Humaitá, segundo Thiago, tem símbolos: a Igreja e o Mosteiro de Monte Serrat, que data do século 17, coisas feitas, portanto, lá pelos idos de 1.600(dC), que “guarda uma imagem de São Pedro Arrependido”...além da imagem de Nossa Senhora do Monte Serrat”. Assim como fiz uma sessão de fotos do por-do-sol do farol da Barra (último andar), proponho-me a fazer, também, uma sessão no Humaitá. Dali se tem uma belíssima visão da Baía de Todos os Santos, com suas ilhas, a de Maré, dentre outras e, inclusive, a de Itaparica; vê-se, também, o contorno de toda a cidade baixa, seu cais, o comércio... 
E para quem não conhece, seja baiano, troiano ou grego, aconselho ir lá. Vá lá!

Nossa Presidenta na ONU
É bem emblemática a notícia que vem da “Agência Globo” (noticiada em A TARDE, neste domingo). A nossa Presidenta  vai discursar na ONU, (quem quiser que conteste quanto ao gênero, não tô nem aí.) Para aqueles, (os que contestam a nossa primeira mandatária) o registro que segue.
Trata-se da primeira mulher a discursar na Assembléia da ONU. Talvez resultado da política exterior do Governo Lula, mas, acima de tudo, com amplos créditos dados à sua personalidade, demonstrados em vários e vários testes, especialmente, preparados pela grande imprensa; com avaliação, infelizmente, para os testantes, amplamente positivas.
A Presidenta, em seu discurso deverá enfatizar as medidas do seu governo “...para vencer as dificuldades econômicas do cenário internacional...” (aspas para A TARDE); a posição do governo  brasileiro favorável ao estado Palestino e de mostrar o sucesso de programas brasileiros, como “a ascenção dos mais pobres á classe média; inclusive, “na área da Saúde”, que bate de frente com uma realidade conflitante.
A reportagem é “fechada” com a opinião de um professor da UnB, Virgílio Arraes, que, como a minimizar a importância do evento diz: “o presidente do Brasil abrir o encontro é uma tradição” e que o fato de a primeira mulher discursar na abertura da Assembléia da ONU é “apenas um simbolismo”. Opinião nitidamente de quem se constrange com o fato em foco. E, a exemplo dele, há muitos despeitados, localizados na velha e retrógrada elite brasileira.

Sinais dos Tempos
“China ajuda à Europa, mas Impõe condições” (Agência O Globo, Pequim)
Quem diria, hein? A China comunista(?) impondo condições à potência capitalista européia; o império norte-americano em sérias dificuldades financeiras, quem diria hein?.
“...mas a China não está sozinha nesta empreitada. Esta semana os BRICs se reúnem em Washington...para discutir uma ajuda à Europa. Quem diria, hein? Países tidos como terceiromundistas, incluindo o Brasil, ajudando as potências do “primeiro mundo”.

Sobre o “11 de Setembro” de 2001
Esta data jamais se apagará da memória do povo norte-americano. A superpotência, habituada a fazer estragos e mais estragos fora de seu território, (um deles, talvez, o mais feroz [o de maior intensidade devastadora, num pequeno espaço de tempo] foi o ataque atômico contra o Japão, há mais de 50 anos), viu símbolos (as chamadas torres gêmeas) do capitalismo serem destruídos, quase que de uma só vez, assim como o símbolo da sua superpotência militar, o Pentágono, ser atingido, embora em menor grau.
Não se concebe como isto pode ter acontecido com um país que investe trilhões de dólares em sua defesa.
Na cobertura do trágico acontecimento, reportagens e mais reportagens foram feitas na mídia em geral e houve sempre a preocupação em saber-se o que determinado entrevistado fazia quando do momento do ataque. Seguindo esta linha, ponho-me a relembrar o que fazia eu. Estava na Associação dos Aposentados (ABAICT), quando a TV entrara para dar a notícia do primeiro ataque, com as imagens, e “ao vivo” (digamos assim) assisti ao segundo avião dirigir-se à segunda torre e chocar-se brutalmente provocando a destruição, já do conhecimento de todos. Foi uma cena muito forte, chocante e triste, especialmente por causa das pessoas que morreram e por causa daquelas que vi se jogarem dos gigantescos andares dos edifícios, para a morte, fugindo do fogo.
Infelizmente, um fato de natureza tão atroz, ao invés de conduzir os homens ao entendimento; à paz; à concórdia, somente gera, como gerou, mais violência, mais guerras, mais mortes, mais destruições.

Mecânico vive com um caixão na sala há 30 anos (A TARDE, 11/09/11)
Numa reportagem de Ana Cristina de Oliveira, de Itabuna, o jornal informa que “Dida do Caixão, como é conhecido”, o mecânico Ronaldo Pereira Adorno, de 40 anos virará “celebridade, porque o programa do Faustão na TV vai mostrar matéria com ele, no quadro Giro do Domingão”. É que “Dida do Caixão” convive, há 30 anos, com “o caixão que vai ser enterrado na sala de casa”. É um hábito deveras inusitado e, para muitos, assombroso, até. Para mim, não se trata de novidade alguma. Marcos (“Jacaré”), colega dos Correios, de há muito conservava um caixão de defunto em seu quintal, à espera de sua morte. Não sei se ainda o conserva, porque ele se queixava dos aborrecimentos que o caixão causava à sua relação matrimonial.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

PENSAMENTOS(2)

1.6 “A crença elimina a possibilidade de crítica. O que se tem frequentemente são essas convicções que viram força material, como diria Marx” (autor ignorado)
1.7 “Os partidos fazem de tudo para chegar ao poder, e não vão ao poder para realizar programas”.
(Leôncio M. Rodrigues, cientista político)
1.8 “...Einstein é um homem profundamente “religioso”, mas ele insiste em frisar que por religiosidade ele entende unicamente esse sagrado assombro em face ao infinito, mais adivinhado do que compreendido”.
(Herbert Rohden – “O Enigma do Universo”)
1.9  Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.”.
(Luiz Fernando Veríssimo, sobre o intragável BBB).

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

PRIMEIRO DOMINGO DE SETEMBRO/2011

Primeiro domingo de setembro/2011

DEU NO JORNAL
I. Cordel do BIG BROTHER
Da edição de A TARDE, retiro o cordel a seguir:
Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria
.
(E este cordel vem bem a propósito. Já ouvi inserções publicitárias (Pedro Bial) sobre o próximo BBB). E diz bem sobre o que penso deste intragável programa televisivo.

II. Auto Tune, pitch, etc.
Certa vez, ouvindo uma “banda”, num bar, imaginei, de pronto, que se tratava do BATIFUN, por causa do repertório, animação e tal; mesmo assim, fique com dúvidas, até que ouvi deles próprios sua identificação, quando saudando Aracaju (era uma gravação ao vivo).
Começo com este preâmbulo, para dizer que a gravação em causa era ruim demais, qualidade bem diferente da que costumo ouvir de outro CD deles. Lendo a coluna de Caetano Veloso, na edição de A TARDE já referida, encontrei a explicação para a diferenciação e, também, para muitas outras indagações que vinha fazendo com relação à afinação “de uma voz ou de um instrumento numa gravação”, pois já havia percebido a diferença que existe entre a qualidade de um(a) cantor(a) apresentando-se ao vivo, sem parafernália acústica, e daquele(a) cantor(a) quando em CD ou em ambiente de gigantescas instalações e equipamentos.
Em certo trecho diz Caetano: “...estava tentando explicar o mal-estar que tendemos a sentir quando percebemos que uma voz afinadíssima num CD foi tratado com essa ferramenta (Auto-Tune) e, além de notar falsidade na lisura da nota e mudança no timbre da voz...”, oportunidade em que compara o referido “processador” ao Photoshop.  

III. “As vozes das Comunidades-terreiro...”
Os escravos foram calados
                                                                                                               na história do País”

O linguajar incompreensível de Procópio do Ogunjá tinha um poder...sobre a “branquelinha”. No caminho da escola, a quitanda do pai-de-santo, na Rua do Gravatá...Melhor que ver a mistureba exótica de frutas e búzios era ouvi-lo “falar daquele jeito diferente...”. Isto é parte da introdução à entrevista feita pela repórter  Cassia Candra, da revista Muito, deste domingo à etnolinguista Yeda Pessoa de Castro, 74 anos, Doutora em Línguas Africanas, membro da Academia de Letras da Bahia, que já dirigiu o Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBa, e fala sobre seu projeto de “ouvir as vozes do terreiro”.
Quando eu residia no Tororó (idos de ’80), trabalhando nos Correios, no Comércio, fazia diariamente o trajeto que liga aquele bairro à Cidade Baixa, (com a utilização do Elevador Lacerda), dava para perceber ainda vestígios do que fora aquela rua (do Gravatá) durante o século XIX e XX. Respirava ali a atmosfera dezenovecentista; percebia ainda fragmentos do comportamento social daquela época. Somado a isso tudo, a citação do termo quitanda fez-me voltar aos anos da minha infância no Engenho Velho de Brotas, quando ainda pude ouvir sons diferentes, o “falar daquele jeito diferentedos negros habitantes do bairro e, especialmente, dos “Nagôs”, nos velhos carnavais; assim como aquelas coisas expostas à venda nas quitandas, com seu cheiro bem característico. Bem, deixemos as recordações e vamos ao que diz a Dra. Yeda.
... a idéia que fica nos livros é a de que os africanos para cá trazidos em escravidão, por mais de três séculos consecutivos, eram mudos.”;
Diz, com relação aos destinos dos escravos chegados: “...do Benin...jejês foram levados para ... Cachoeira e São Félix... os iorubás...conhecidos por nagôs...para Salvador e Recôncavo...Ainda na primeira fase do século 19, houve uma concentração de hauças povos islamizados...da Nigéria.”. Estes últimos, promoveram uma série de revoltas aqui em Salvador, sendo uma delas a famosa Revolta dos Malês.
A idéia do projeto da Dra. Yeda é “mostrar esse tesouro que nós temos de lutar para preservar... como sentencia um provérbio kimbundo (uma das tantas línguas africanas) kifua o dimi, mwyenu u fuá we” – se morre a língua, a alma morre também
Finalizo esta síntese da entrevista da Dra. Yeda com a interessante revelação: o termo “caçula” é de origem africana, de Angola.