terça-feira, 29 de maio de 2012

O CASO CACHEIRA4


O termo principal da resposta do ex-presidente Lula à reportagem de capa desta semana da revista ÓIA foi indignação. Não obstante tudo que tenho visto na imprensa: as sucessivas, tendenciosas e massificantes formas de divulgação dos fatos, ainda causou-me indignação a grande imprensa, especialmente a TV LOBO, esconder inicialmente e, quando não havia mais como esconder, relegar a afirmação de Nelson Jobim, anfitrião do estranho encontro de Lula com Gilmar Mentes, na qual categoricamente é negada a versão apresentada pela dupla Gilmar-Veja: ““Lula saiu antes dele e não houve indignação nenhuma do Gilmar. Isso só apareceu agora na revista”, argumenta Nelson Jobim”, e mais
"ZH – Lula pediu ao ministro Gilmar Mendes o adiamento do julgamento do mensalão?Nelson Jobim – Não. Não houve nenhuma conversa nesse sentido. Eu estava junto, foi no meu escritório, e não houve nenhum diálogo nesse sentido.", o que é pior, alimenta a sanha da oposição demo-tucana, dando espaços generosos a Álvaro Dias perdidos e que tais, onde se pede, quase, o indiciamento do ex-presidente.
É não é um factoide que se criou para desviar as atenções do que está acontecendo e está por vir no que respeita as promíscuas e espúrias relações do bicheiro com altos escalões da república?

Sobre isto, transcrevo, o que segue, retirado do Blog VioMundo, de Luiz da Azenha.

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por Miguel do Rosário, em O Cafezinho, sugestão de Adriano Rattes

Vamos direto às novidades do escândalo Gilmar-Lula. Para quem não sabe do que se trata, sugiro dar um giro por outros posts do blog depois voltar aqui.

O Globo simplesmente – e inacreditavelmente – escondeu Nelson Jobim. Logo ele, orgulho da mídia de oposição por sua orgulhosa e bem sucedida independência. Mesmo antipetista e mais ligado ao PSDB do que ao governo, Jobim conseguiu ser ministro de Lula e Dilma. Aliás, foi ministro justamente por essa característica. Ele era uma espécie de ponte entre o tucanato midiático e o governo. Durante o chamado “caos aéreo”, Lula nomeou Jobim para acalmar setores apavorados da classe média. Deu certo. Jobim deu meia dúzia de declarações em tom chauvinista e terminou a crise. Foi demitido em 2011 por Dilma Rousseff após começar a dar entrevistas dizendo que votara em José Serra.

Recentemente, Jobim voltou a ganhar destaque nos jornais por sua intervenção num evento do PMDB, no qual advogou que o partido assuma posições independentes do PT.

Ou seja, Jobim tem tudo para ser um queridinho da grande mídia.

Pois mesmo assim, O Globo impresso de hoje não dá a informação de que Jobim declarou, a um jornalista da própria empresa, Jorge Bastos Moreno, que a reportagem da Veja é inverídica, de que Lula não pressionou Gilmar Mendes a adiar o processo do mensalão, e que os dois não ficaram sozinhos.

Ao invés disso, o Globo traz matéria, estranhamente assinada pelo próprio Moreno (no site, ainda mais bizarramente, a matéria vem anônima), na qual o encontro entre Lula e Jobim é reconstruído através de um curioso método:

Convém esclarecer, também, que tudo isso e o que se segue foram reconstruídos seguindo os rastros das conversas que o ministro Gilmar Mendes passou a ter com vários interlocutores sobre o ocorrido.

Por que a versão impressa do Globo não publicou a entrevista de Jobim ao blog do Moreno, a única que de fato trazia novidades? Por que exigiu que Moreno escrevesse uma matéria contradizendo a própria fonte, e baseado em “rastros de conversas”?

Bem, a resposta é fácil. Basta ler a coluna de Noblat, publicada no mesmo dia. Ou conferir a incrível manipulação do jornal a partir de uma entrevista de Celso de Mello ao site Consultor Jurídico, notoriamente ligado a Gilmar Mendes.

O Conjur entrevistou Celso de Melloneste domingo, antes que Mello tomasse conhecimento de que a única testemunha da conversa entre Mendes e Lula havia negado veementemente seu conteúdo. Mello respondeu a partir de uma hipótese.

Mello deixa, porém, bem claro o condicionante de sua frase: “a conduta do ex-presidente da República, se confirmada, constituirá lamentável expressão de grave desconhecimento das instituições republicanas.”

A postura de Mello, de qualquer forma, nos lembra a lamentável influência que a Veja e órgãos da grande mídia ainda exercem sobre o espírito de magistrados. Esperemos que o ministro, vendo que sua fala foi manipulada, e constatando que a informação na qual se baseou estava equivocada, reflita sobre os danos que, apesar de involuntariamente, causou à estabilidade política, o que constitui uma irresponsabilidade e uma infração ética de sua missão como juiz da corte superior. Diante do histórico da revista, Mello deveria ter pedido tempo para se informar melhor. É absurdo que os ministros do Supremo ainda sejam manipulados tão facilmente.

Pois é, excelentíssimo Mello: a notícia não foi confirmada. Lula e a única testemunha, Nelson Jobim, negaram o teor da conversa. São dois contra um. O Conjur, ao menos, informa, ao final do texto, que Jobim rechaçou a matéria da Veja. O Globo, ao invés disso, optou pela seguinte chamada na capa (observe o subtítulo):

Além de pedir o “impeachment” de Lula na capa, o Globo dá o seguinte título à matéria (onde não informa, repito, que Jobim negou o conteúdo da conversa, nem que Mello falava hipoteticamente):


À Folha, o ex-ministro, além de negar a conversa, acrescentou uma informação nova (para assinantes do UOL):

O ex-ministro se diz surpreso também com o relato de que Gilmar teria ficado perplexo com a conversa.“Lula saiu antes dele e não houve indignação nenhuma do Gilmar. Isso só apareceu agora na revista”, argumenta Nelson Jobim.

Quem deu o furo sobre a negativa de Jobim foi o Estadão, em matéria destemida. Uso o adjetivo destemida para diferenciá-la daquela escrita por Jorge Bastos Moreno (a primeira, com fatos; não a segunda, com “rastros de conversa”), repleta daquela covardia travestida de ironia, na qual ele procura atenuar a negativa, firme, do ex-ministro com a ridícula insinuação de que ele estaria com “voz estranha”.

Pena que o destemor do Estadão tenha se limitado a sua editoria virtual. A negativa de Jobim não consta da versão impressa.

É realmente incrível que, num caso dessa gravidade, os editores neguem ao leitor, na maior cara dura, uma informação fundamental para se entender a história em sua plenitude. E isso em tempos de internet, quando a grande maioria do público interessado no tema perceberá a manobra. Não precisavam acreditar em Jobim, mas bloquear a informação?

Voltando ao Globo, a coluna do Noblat aborda o caso igualmente sem uma mísera menção à negação de Jobim ou Lula. Discorre sobre caso baseando-se exclusivamente no relato de Jobim à Veja. O início é de um desrespeito estarrecedor:

Repare na citação sobre Dirceu, provavelmente mais uma invencionice. Há uma só palavra citada: “deseperado”, o resto são colchetes e parênteses. A palavra parece dizer mais sobre o estado de espírito do jornal do que do ex-deputado.

A baixeza de Noblat parece não ter limites. Iniciar uma análise atribuindo a postura de Lula ao efeito dos remédios contra o câncer me parece, este sim, um recurso desesperado.

Observe a afirmação: “Para chegar bem ao seu final, a CPI terá que dar em nada”. Noblat vocaliza a enésima ameaça da mídia à CPI. E mais uma vez atribui sua criação exclusivamente ao presidente Lula, quando ela foi criada a partir da assinatura de mais de 400 deputados e senadores.

Por essas e outras razões, os parlamentares não podem se acovardar perante a mídia, e sobretudo jamais esquecer que o juiz final de sua atitude na CPI não será a mídia, nem a blogosfera, mas a história.

PS: Leia também esse post, com entrevista de Jobim ao Zero Hora, principal jornal do Rio Grande do Sul, onde o ex-ministro diz o seguinte:

ZH – Lula pediu ao ministro Gilmar Mendes o adiamento do julgamento do mensalão?Nelson Jobim – Não. Não houve nenhuma conversa nesse sentido. Eu estava junto, foi no meu escritório, e não houve nenhum diálogo nesse sentido.


quarta-feira, 23 de maio de 2012

O LIBERALISMO DE JABUTICABA


Ao assistir hoje, 23/05, o jornal “bom dia brasil” da tv lobo e ouvir análise de míriam porcão, BINGOU! Agora acharam em que bater: ”o endividamento das famílias brasileiras”. Mas olhem só, a emissora de tv preocupada com o endividamento da pobre família brasileira.
Muito bem, ao acessar o Blog de Luis Nassif, encontro esta pérola de texto, extraído da COLUNA ECONÔMICA, que diz tudo o que eu gostaria de dizer e de uma forma cristalina. Vai direto na ferida. Vejamos o texto:

Coluna Econômica - 23/05/2012

Há anos, por seu alcance, o sistema Globo tornou-se a principal influência na opinião pública, inclusive em questões econômicas. TV Globo, Globonews, CBN, jornal O Globo, portal G1, constituem-se na mais formidável caixa de irradiação de opiniões no país.

Por isso mesmo, é um bom laboratório para se analisar como se formam consensos, especialmente em temas ligados ao mercado e à economia.

Em geral, o discurso assenta-se em bordões de fácil assimilação que, pela repetição, vulgarizam-se, podendo ser repetidos desde executivos com pouca formação econômica até papos de boteco. Paradoxalmente, essa banalização de conceitos responde pela extrema superficialidade da análise e, ao mesmo tempo, por sua enorme eficácia.

Até agosto do ano passado, esse discurso mercadista era facilitado pelo sofisma da prioridade única. Todas as análises tinham como mote a inflação. Justificava-se qualquer nível de taxa de juros porque era anti-inflação. Criticava-se qualquer redução da Selic, por mínima que fosse, por acirrar a inflação.

Não havia a menor necessidade de pensar. Baixou a taxa, imediatamente rebimbava o coro anti-inflação. Aumentou em percentuais ínfimos gastos sociais, acordava o coro contra a gastança.

Quando, em fins de agosto passado, o Banco Central reduziu a Selic e a inflação continuou caindo, o discurso desmoronou. Seria preciso refazer o discurso, recriar bordões. E aí o sistema deu tilt.

Por exemplo, a boa análise econômica sabe que não é possível desenvolvimento sustentável sem dois eixos bem azeitados: consumo e investimento.

Primeiro, trata-se de montar o mercado - o interno, através da ampliação da base de consumo, e o externo, através de instrumentos de apoio à exportação.

Dado o mercado, garantir o investimento, através de ferramentas fiscais, financeiras e cambiais.

Cria-se o mercado interno. Estimula-se o investimento na produção. Amplia-se a capacidade produtiva do país, geram-se empregos mais qualificados e, por conseguinte, mais consumidores, completando o ciclo virtuoso do crescimento.

Sem o investimento, esse crescimento será apropriado pelo produto importado até o limite do estrangulamento externo. Não se completaria o ciclo. Mas não se investe sem dispor de um mercado de consumo em expansão.

No entanto, anos de defesa de juros altos criaram um pensamento anti-crescimento irracional – que é repetido de cabo a cabo por todo aparato midiático das Organizações Globo.

Ontem, as medidas de redução do custo do financiamento foram taxadas de temerárias por induzir o consumidor ao “endividamento irresponsável”.

Ora, o discurso econômico das Organizações é fundamentalmente neoliberal.

É princípio elementar do liberalismo o pleno direito de opção ao consumidor, ao investidor, à empresa. Ao Estado compete apenas criar condições adequadas, sem pretender tutelar os agentes econômicos.

Na hora de criar o bordão, esquece-se o livre arbítrio do consumidor, as ferramentas de análise de crédito dos bancos, o monitoramento da inadimplência pelo Banco Central, o fato do financiamento de automóvel ser garantido pelo próprio veículo, aspectos técnicos e conceituais.

Em Wall Street – onde esse pessoal se espelha -, seria motivo de chacota.


terça-feira, 22 de maio de 2012

A ARENGA DAS SACOLAS PLÁSTICAS

Há muito que venho questionando e chego a ser chato, até, quando se trata da falta de embaladores nos caixas dos supermercados. Digo sempre que nem uma agulha, sequer, que eu compre, eu próprio não a embalarei. E digo mais, vaticino que, num futuro que não está muito distante, nós, consumidores, seremos obrigados a pagar para acessar loja de supermercado a fim de fazer compras. E, agora, eles dão mais um grande passo na direção do supermercado do futuro. As sacolas, pobres sacolas plásticas, “poluidoras do meio ambiente” não mais serão, (pelo menos assim já é no sul maravilha e o que falta para o baiano, o paraíba, acompanhar?), distribuídas gratuitamente(?!!). Gratuitamente, não, mas à venda poderão poluir tranquilamente o planeta, ora bolas.

Conheçamos o artigo que extraí do Blog de Luis Nassif sobre este assunto.
A arenga das sacolas retornáveis, um dos frequentes pequenos flagelos que envenenam a vida dos brasileiros, é exemplo emblemático da arrogância de uma classe média ignorante e autoritária que, por se presumir detentora da “Verdade”, acha-se no direito de impor tal "verdade" ao muitas vezes desavisado cidadão comum. Querem, como dizem, "mudar o hábito” das pessoas para ajustá-las à "verdade" deles (algo semelhante ao que fez a Zélia Cardoso quando confiscou na mão grande a poupança de todo mundo).

Agora, os “iluminados” decidiram entre eles que os supermercados ficam proibidos de distribuir gratuitamente sacolinhas plásticas aos consumidores, embora possam vendê-las! Contaram, para perpetração do despautério, com a colaboração de políticos paulistas num conluio deletério de ignorantes que acham que conhecem o tema poluição (qualquer criança sabe que distribuição gratuita de sacolinha não causa poluição) com políticos oportunistas que buscam holofotes.

São Paulo, infelizmente, é hoje polo reacionário no Brasil – basta considerar os políticos que ostenta e eventos como o de Pinheirinhos –, e, por isto, não surpreende que iniciativas que impõem restrições aos cidadãos comuns surjam quase sempre nesse estado. O que surpreende é a passividade dos paulistas em geral que, ao invés de se insurgirem contra os abusos, os apoiam, talvez por acreditarem no discurso pretensamente científico da classe média estudada (aliás, mal formada), e que se põe como bedel do povo. É lamentável que o povo paulista se deprecie desta forma.

Hélio Mattar, do Instituto Arakatu (que nome mais estrambólico!), é defensor da proibição da distribuição gratuita das sacolinhas, mas não tem qualquer objeção a que sejam vendidas pelos supermercados. Foi o que disse em recente programa veiculado pela Globo News, "Cidades e Soluções". Argumentou em favor do absurdo que assim “levanta-se a discussão”! Ah, e diz que os supermercados, com a economia que farão deixando de distribuir sacolinhas gratuitamente, diminuirão, voluntariamente, os preços dos demais produtos! Epa! Já ouvi isto quando esta mesma turma acabou com a CPMF. É inacreditável, mas o sujeito disse isto, e ainda acha que, assim, conseguirá simpatizantes para sua cruzada estulta.

Hélio Mattar é o ignorante voluntarista que pensa que sua verdade é a Verdade. É sujeito avesso à democracia que quer “ensinar” ao povo, lançando mão de soluções psicodélicas como esta das sacolinhas: dar não pode, vender pode. Sua arrogância não lhe deixa ver o ridículo de suas teses absurdas e vazias. Gente como ele, no afã de parecer importante, aporrinha as pessoas como fazem os mosquitos. É preciso acabar com os criadouros onde essa gente prolifera, e tal se faz com choque de democracia.

Não há meia democracia. A história da sacolinha, um atentado à democracia, é mais um passo na dessensibilização da população em relação a ações autoritárias, e precisa ser combatida energicamente. São atentados como este que vão preparando terreno para subsequentes agressões gratuitas ao povo, supressão de direitos individuais e políticos, e golpes de Estado. O povo paulistano precisa reagir, pois, no momento, é o agredido

sexta-feira, 18 de maio de 2012

A Arena Fonte Nova


Aqui, em pleno engarrafamento na “7 Portas”, começo a escrever sobre o encontro recente dos “mininos”. Ivan me ligou: “...Reginaldo quer que almocemos juntos amanhã”. Passado algum tempo, Da. Zete liga dizendo que estão no trânsito engarrafado e Ivan pede que eu faça os devidos contatos para a convocação da confraria e assim foi feito. Intercorrentemente, surgiu-me a idéia de aproveitar aquele encontro para conhecermos as obras da Arena Fonte Nova. Reunimo-nos na Fonte Nova e, por sugestão de Renato, após a visitação à arena rumamos para um boteco no Santo Antônio, o boteco de Ulisses. Eu, Ivan, Orlando, Arlindo, Reginaldo e Renato bebericamos; saboreamos petiscos do boteco; almoçamos e, como não podia deixar de acontecer, o gostoso bate-papo variou sobre assuntos diversos, principalmente as boas lembranças do nosso passado comum, e estendeu-se até as tantas, como soe acontecer. Acho, e os demais devem concordar, que foi um momento de deleite.  

Bem, cheguei à Arena, os outros não haviam chegado, e percorri as instalações permitidas. Vê-se logo o Bahia de 59 e 88. O que me fez voltar aos idos da velha Fonte Nova; da Fonte Nova “invadida” por nós (gosado! bastava a travessia por uma cerca de aramado farpado, uma carreirinha para “ganhar” dos vigias e estávamos nas arquibancadas do velho estádio (sem o lance superior de arquibancadas), prontos para a “correria”, como se diz hoje em dia, na venda de refrigerantes e cervejas aos espectadores, sem perder o foco do futebol, quando esse era  interessante. Ah! Ao fim da jornada, era uma festa. Voltávamos para casa com os bolsos cheios e jantávamos fartamente, refeição essa acompanhada de refrigerantes (o que era um luxo) e com o fruto financeiro daquele trabalho que era entregue a

Da. Antonia, que teria muito o que fazer, durante a semana que se iniciava, com a grana. Também, devo registrar o material existente sobre o Vitória e interessante, ao tempo em que é lamentável, nada mais sobre outros clubes baianos que fizeram a história do futebol daquela saudosa praça esportiva. É exibido para os visitantes um vídeo que mostra toda a preparação para a obra; suas fases já executadas e o que poderá representar o empreendimento para impulsionar o desenvolvimento de uma área tão importante para a nossa cidade que é a que envolve Fonte Nova, Campo da Pólvora, Nazaré e todo o centro histórico. Ainda no vídeo é ressaltado a preocupação dos empreendedores com os moradores de rua, havendo depoimentos de alguns dos muitos que foram inseridos no mercado de trabalho, através do projeto e um detalhe, também, com a reciclagem: muito do que se obteve com a demolição do velho estádio foi reaproveitado na construção do novo e o fardamento dos mais de dois mil trabalhadores usados na construção, que é substituído de três em três meses, é doado a um projeto social que o reutiliza como matéria prima para atividades artesanais, com obtenção de renda para os artesãos. Antes desta visita já havia lido, ouvido entrevistas, etc. sobre a Arena Fonte Nova e fiquei e estou empolgado com a possibilidade de um sucesso que beneficie a cidade como um todo e especialmente a população carente que está no seu perímetro. Deixo para outros o pessimismo, a vontade de que tudo dê errado, que vai haver roubalheira, etc.


























































































































quinta-feira, 17 de maio de 2012

O CASO CACHOEIRA3


Vejam vocês como esta imprensa, que se diz livre, age. Foca-se tão somente em seus interesses, em suas retrógradas ideologias; ideologias do atraso, da dominação, da exploração, da concentração incontrolável da renda... Motivo bem análogo deu origem, há tempos atrás, à demissão de Boechat (de quem não morro de amores) da organização LOBO. Agora, maio de 2012, é razão para aquela organização arvorar-se a defensora de um importante membro da revista ÓIA no seu suspeito relacionamento com o bicheiro aprisionado e com o puro senador desmascarado.

Vejamos, portanto, o que nos diz o texto a seguir retirado do blog de Nassif

Os valores éticos da Globo mudaram?

na CartaCapital, via Conversa Afiada e Julio Cesar Macedo Amorim

Como se sabe, o jornal O Globo publicou um comovente editorial em defesa de Roberto Civita, dono da editora Abril. Em matéria de delírio, o diário carioca da família Marinho só foi superado pela própria Veja de Civita, que neste fim de semana conseguiu unir em um mesmo texto aranhas, robôs e comunistas. Parecia um roteiro de terror B. Já o editorial de O Globo recorria ao surrado bordão imprensa chapa-branca vs. imprensa livre (livre de quem?) e tentava ressuscitar um animal extinto, os radicais do PT.

Em resumo: O Globo não viu nada de grave nas relações de Policarpo Jr., diretor da sucursal de Brasília de Veja, com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira. E afirmou existir uma “campanha” contra a revista dos Civita.
Outros tempos. Em 2001, a família Marinho demitiu sem pestanejar o jornalista Ricardo Boechat por considerar impróprias suas relações com uma fonte.
Boechat era um profissional celebrado e em ascensão nas Organizações Globo. Editava no jornal uma coluna de notas políticas e econômicas de muito prestígio e fazia comentários na tevê do grupo. Grampos atribuídos ao banqueiro Daniel Dantas, que disputava o controle de duas operadoras de telefonia com os canadenses da TIW, foram publicados pela Veja (coincidência!!!). Em alguns deles, Boechat conversa com Paulo Marinho, assessor do empresário Nelson Tanure, representante dos canadenses na disputa contra Dantas e dono do Jornal do Brasil.

A reportagem de Veja à época descreve: “Em um dos diálogos, ocorrido em 15 de abril, Boechat conta a (Paulo) Marinho os termos da reportagem que está escrevendo para revelar manobras do Opportunity e que seria publicada no dia seguinte em O Globo. Pela conversa, fica evidente que a direção do jornal não foi informada sobre o grau de ligação do jornalista com Nelson Tanure…” E por aí vai. Neste caso, Veja, ao acusar uma trama para favorecer um dos lados de uma disputa empresarial, agiu para favorecer o outro, o de Dantas.

Pelo que se viu até agora e pelo que se comenta a respeito do que virá, as relações de Policarpo Jr. com Cachoeira são muito mais profundas do que aquelas entre Boechat e Tanure. A começar por um fato: Tanure é um empresário controverso, geralmente odiado por seus funcionários, mas não é um contraventor como Cachoeira. Desconhece-se, por exemplo, o uso de expedientes sujos (arapongas, rede de prostituição etc.) por Tanure.

Uma década atrás, O Globo enxergou um problema ético suficientemente grave para demitir seu funcionário. Hoje, defende sem um átimo de dúvida, sem aquele saudável distanciamento de quem não estava presente no exato momento dos fatos, uma empresa na qual não figura entre os acionistas. Como a família Marinho pode ter tanta certeza a respeito da lisura do comportamento de Veja sem ter conhecimento do teor completo dos telefonemas entre Policarpo Jr. e o bicheiro? Nem sobre os métodos cotidianos da editora?


quinta-feira, 10 de maio de 2012

O Brasil vai ou não vai investigar a sua mídia?


O texto transcrito abaixo é de autoria do jornalista Bob Fernandes e trata do papel asqueroso a que se vem prestando a revista Veja no ataque a honras alheias; no ataque, beirando à conspiração, aos governos legitimamente constituído em vigor, da Presidenta Dilma, e o anterior do Presidente Lula. E eu adiro à campanha de que jornalistas daquela revista, ou outros quaisquer que tais, sejam devidamente investigados e, se for o caso, (admito a presunção da inocência, coisa para que eles não estão nem ai), condenados criminalmente, na forma da lei.
O caso do suposto grampo, que abalou os alicerces da república, é bem sintomático do que aquele tabloide faz e é capaz de fazer.

Rupert Murdoch é dono de um dos maiores impérios de mídia do mundo. Ele tem centenas de empresas que faturam perto de US$ 30 bilhões/ano. Mesmo com tudo isso, o relatório de uma CPI em andamento na Inglaterra acusa Murdoch de "enganar o Parlamento".
A CPI britânica concluiu que Murdoch e seu filho, James, fecharam os olhos para crimes cometidos por suas empresas. Entre outros crimes, um dos jornais de Murdoch grampeou os príncipes Harry e William, herdeiros da coroa.
O Brasil começa a viver a CPI do Cachoeira. Não é segredo que a mídia também está no olho do furacão. E que parlamentares querem investigar as relações entre o bicheiro Cachoeira, o senador Demóstenes Torres e a revista Veja. O ex-presidente Lula também acha que se deve investigar essas relações.

Na internet, que no Brasil tem algo como 80 milhões de usuários – estima-se que 48 milhões de usuários diários – o julgamento já começou.

O julgamento na internet dispensa provas. Cada um condena e absolve quem quiser. Bastam a opinião e o desejo de cada um. Como, aliás, tem sido cada vez mais em quase toda a mídia. Já uma CPI tem que investigar, de verdade, e provar. Até para inocentar.

No caso em questão, à parte os fatos que ainda não foram devidamente investigados, algo chama a atenção de parlamentares: como, em anos e anos de relação e de escândalos publicados, não se percebeu que Cachoeira era quem era? E isso, com Cachoeira tendo sido personagem do "Caso Waldomiro", que anos antes foi noticiado também na mesma revista Veja.

Na mídia, uma reportagem é fruto de decisões coletivas. A cultura é de construções e procedimentos hierarquizados. Portanto, a escolha de bode expiatório é um erro e é injusto. Mas, assim como o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, a mídia pode cometer erros, e comete. E, como ensina agora a Inglaterra, não há porque não examiná-los.
Há outro caso. Talvez até mais grave do que este porque levou a um choque entre poderes. Em 2008, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, foi ao Palácio e interpelou ninguém menos do que o Presidente da República. Mendes chamou Lula "às falas", segundo suas próprias palavras então.

Gilmar Mendes e Demóstenes Torres se disseram vítimas de um grampo da Abin, conforme capa da mesma revista Veja. A Polícia Federal investigou e não achou vestígio de grampo algum.


Mas, por conta desse grampo que ninguém ouviu, Paulo Lacerda, então diretor da Abin, foi demitido e "exilado" em Portugal. E com o grampo que ninguém sabe e ninguém ouviu, começou-se a enterrar a Operação Satiagraha. Aquela que prendeu o Banqueiro Daniel Dantas

Pergunto finalmente a quem interessava, ou melhor interessa, a difamação estampada na imagem acima, difamação completamente desmascarada hoje.

domingo, 6 de maio de 2012

Uma Nova Era para o Brasil dos brasileiros


Assisti à entrevista coletiva do Ministro Guido Mantega, em que explica as mudanças nas cadernetas de poupança.

Acho a medida, embora nada entenda de Economia, (a não ser que ter que economizar), talvez mais importante ainda do que o tão cantado plano real.

Diferentemente do plano da tão nefasta Zélia Cardoso de Melo que confiscou a poupança dos brasileiros, ação que desesperou muitos, levou muitos ao suicídio, até, (mas, logicamente que uns poucos “brasileiros” nada sofreram. Quem?... “nada a declarar”). E, a propósito, ouvi um dos mensageiros do outro lado perguntar ao Ministro (este é com m maiúsculo): “qual a diferença desta medida, da medida adotada pela Zélia Cardoso?
Talvez, queira essa minúscula parcela (a tradicional, a retrógada elite brasileira) implantar o terrorismo. É diferentemente de outros governos. Este governo está atacando bravamente aquilo que  "a long time" vem sugando os minguados rendimentos da população e cada vez mais fortalecendo os poucos de altos rendimentos, ou melhor, de altas rendas).
Olha, se eu não me engano, está criada uma nova ERA. Acho, está rompida uma barreira. O "POSTE", a Presidenta Dilma está iluminando!
Não vou me aprofundar em falar sobre o aspecto técnico da medida, mas da forma como a PRESIDENTA quis e conseguiu anunciar; da forma como foi apresentada, tanto por ela como pelo seu ministro: suavemente, inteligentemente, entendivelmente.
É uma nova era. Os “nobres”, os liberais, a elite, em fim, está a bufar.
Que “se explodam”!.
E para concluir segue o artigo de Marcos Coimbra, que tirei do Blog de Luis Nassif.

Do Correio Braziliense

Os Liberais e os Juros, contrariamente ao que Cachoeira, Demónstenes... querem 

Por Marcos Coimbra

O pronunciamento da presidente Dilma, esta semana, sobre os juros bancários é uma boa oportunidade para discutir alguns aspectos relevantes de nossa vida política.

Fica mais interessante por sua quase coincidência com as medidas que Cristina Kirchner tomou na Argentina a respeito da YPF, reestatizando a principal empresa petroleira do país. Nessa - como em outras situações -, é educativo cotejar o que acontece por lá com o que se passa aqui.

Dilma falou, em rede nacional, a propósito do Dia do Trabalho, como é de praxe. Fez um balanço da atuação do governo, apresentou realizações e metas. Celebrou os sucessos e se comprometeu com a solução dos problemas.

Até aí, portanto, um pronunciamento convencional.

Mas ela inovou, ao introduzir o tema dos juros. E não como mera referência. Foi a respeito deles a parte mais substanciosa do comunicado.

A novidade não estava no conteúdo, pois Dilma repetiu coisas conhecidas: que temos juros superiores aos de quase todos os países do mundo; que os bancos cobram taxas exorbitantes de pessoas físicas e jurídicas; que juros como os que praticam entravam o desenvolvimento e limitam o mercado interno.

O fato novo foi esse discurso estar na voz da presidente. Em uma fala solene como Chefe de Estado.

Ao invés de tangenciar o assunto, ela cobrou dos bancos ações concretas. Lembrou que os bancos oficiais estão fazendo - mesmo que ainda timidamente - sua parte. Sublinhou que não considerava aceitável que os bancos privados - nacionais e internacionais - continuassem com níveis de juros incompatíveis com a saúde do sistema financeiro e a adimplência que prevalece na economia brasileira.

Por mais incisiva que fosse, limitou-se a pedir que mudassem o comportamento. Que reconhecessem que seus longos anos de super-lucros tinham que terminar e que aceitassem que não poderiam continuar ganhando, no Brasil, mais que em qualquer país.

Não fez ameaças, não sugeriu que o governo poderia tomar medidas para forçá-los a agir de maneira mais responsável. Não estava implícito que pretendesse ir além do que os bancos públicos já fazem.

Mas a menção crítica aos bancos produziu reações negativas imediatas. Não nos meios políticos, pois seria impensável que as lideranças dos partidos de oposição reprovassem as declarações de Dilma, especialmente em um ano eleitoral. Se há imagem que candidato nenhum deseja é a de defensor dos juros estratosféricos que os consumidores têm que pagar.

Os liberais da imprensa é que correram na frente, mais rápido que os próprios bancos, a fim de defendê-los do “intervencionismo” e do “populismo” do governo. Para eles, o simples fato de Dilma falar no assunto é uma ante-sala do fim do mundo.

O liberalismo em que acreditam é uma autêntica jabuticaba. Algo que só existe aqui.

Depois das duas recentes crises nas economias avançadas - ou da longa crise que atinge a economia internacional desde 2008 - o radicalismo anti-intervencionista e anti-estatista que andou em voga no apogeu neo-liberal foi para o museu. Salvo os historiadores, ninguém lhe dá mais atenção.

Esses liberais brasileiros acham que qualquer restrição à liberdade absoluta dos mercados é um pecado mortal. Um crime que produz o desastre imediato do país que ousa cometê-lo.

O que diriam se fôssemos a Argentina? Se tivéssemos Cristina no lugar de Dilma?

Com seu respaldo popular, com o tamanho e a importância que a economia brasileira alcançou, o governo Dilma só não intervém porque não acha certo. Na hora em que achar, não serão os protestos dos liberais das redações que o deterão.

Eles que levantem as mãos para o céu e agradeçam por não viverem na Argentina