Os
dois primeiros parágrafos do artigo abaixo transcrito (do Blog de Luis Nassif) retratam o que a grande imprensa impõe como
fatos que desaprovam o governo legitimamente eleito e por isso fazem aberta
campanha pela volta dos malfadados tucanos. Como “luta de classe” quer dizer
que o governo GASTA DEMAIS com os pobres (projetos sociais). Como o “seu” Jabor
escreveu no jornal a voz do golpe militar, referido no segundo parágrafo, (e
jornais nacionais, jornais bons dias, boas tardes...) prega que todas as mazelas
veiculadas são da culpa exclusiva do PT.
Os
dois últimos parágrafos, no entanto, reproduzem fielmente os fatos: há perdas
de privilégios em favor do crescimento da renda dos mais necessitados, (o
salário mínimo está alto, disse o Sr. Arrocho Neves, candidato tucano). Privilégios
estes secularmente mantidos e usufruídos pelos poderosos. Mas o povo não é
burro!
qua, 07/05/2014 - 08:08 - Atualizado em 07/05/2014 - 08:12
Por
Daniel Florêncio
Há
certo tempo atrás uma brasileira estudante de jornalismo apareceu no site do
Guardian com um artigo de opinião onde afirmava que o atual governo brasileiro
havia instaurado uma "luta de classes" no país, opinião que parece
ter sido assimilada entre os mais abastados.
Na
mesma linha, hoje no "O Globo", Arnaldo Jabor põe na conta do atual
Governo e do PT todas as monstruosidades que acontecem no país. Dos presos
decapitados no Maranhão ao garoto assassinado pela madrasta no Rio Grande do
Sul.
A
lógica por trás de ambos os argumentos é de uma hipocrisia torpe, além de
historicamente cega.
Quem
afirma que o atual governo promove uma "luta de classes" só pode ter
adormecido pelos últimos séculos. Ninguém nesse país promoveu mais uma batalha
contra os trabalhadores, negros e pobres quanto as elites do país. Desde a
política racista de incentivo a imigração européia no início do século XX, com
o intuito de "embranquecer o país" após a abolição da escravatura,
colocando milhares de negros a margem, até a manutenção por décadas de uma
política de salário mínimo defasada que mantinha legitimada a pobreza do
trabalhador, passando, claro, pela instituição de uma polícia que até hoje,
mata, tortura e espanca o pobre indiscriminadamente, com
a
função de mante-lo no seu lugar.
Quando
Jabor afirma que as práticas medievais que menciona são frutos da
"contemporaneidade pessimista" do país, ele esquece de mencionar que
esse "pessimismo" é fruto única e exclusivamente dessa mesma elite
mencionada anteriormente, e cujas idéias e aspirações são reflexo das manchetes
e colunas de opinião do jornal aonde escreve e dos outros meios de comunicação,
controlados por ela.
A
realidade, no entanto, distante da redação do O Globo, ou dos bairros de classe
média alta é que a vida melhorou.
Não
há promoção de "luta de classes". Há promoção da cidadania. Pois
quando o sujeito tem o que comer e o que vestir, ele não vai mais se dispor a
lavar a cueca de playboy a troco de migalhas. E quando o filho desse mesmo
sujeito estudar e for a faculdade, ele vai questionar o porque de ele não
ocupar a mesma vaga de emprego ou frequentar os mesmos lugares que, antes, eram
reservados a outros.
Não
há promoção de "luta de classes". Há perda de privilégios. E quando a
renda dos mais pobres tem um crescimento acima da média dos mais ricos, nada
mais natural que ver o rico espernear.
Esperneiam
pregando o caos e a balburdia, acusando os agentes responsáveis pelas mudanças
de serem os culpados pelos horrores, reflexo de séculos de sua própria dominação
social e econômica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário