Viajava eu, de “busu”, por esses dias por Salvador e estava a contemplar
o ritmo e o inquestionável progresso das obras do metrô de Salvador, com uma
boa parte de seu projeto já concluída e em funcionamento, quando me chama a atenção
a conversa entre uma senhora sentada ao primeiro banco, (o destinado em geral a
deficiente físico), e o motorista. Referida senhora, bem trajada, de “boa
aparência”, típica da “dondoca” (peixe fora d’água?) começou a soltar
impropérios dirigidos ao governo do estado: “não vê aí? Nem nome de construtora
tem! Só tem nome de governo do estado... é, ele vai se reeleger com isso... o
povo que se dane...”. mantive-me tão somente ouvindo, mas com um misto de
incredulidade e indignação quanto ao nível de estupidez que se observa em setor
da população que deveria ser bem informada e não o é. Ou se trata efetivamente
de má-fé?
Pois, bem, agora deparo-me com uma entrevista feita por Paulo Henrique
Amorim a José Copello, presidente da Companhia de Transportes do Estado da
Bahia (CTB) e publicada no blog, “Conversa
Afiada”, nesta data.
De início, José Copello afirma que o “o metrô de Salvador tem um histórico
bastante negativo de obras iniciadas... Sob gestão do município de Salvador,
foram iniciadas no ano de 2.000, com projeto inicial de 12km – em 2013, só
havia 6km de obras construídas e sem condições de operação.”
Somente em 2.013 com “atitude corajosa”, o então governador
buscou transferir a responsabilidade do empreendimento, que àquela altura já
havia consumido “...quase
1 bilhão públicos...sem nenhum benefício para a população...”, da
Prefeitura Municipal para o Governo do Estado e “e essas obras paralisadas vieram para
o Estado”.
Há que se destacar, neste mar de procelas corruptas, propositadamente
geradas, em certo sentido, que o governo cobriu-se inteligentemente com uma
modelagem de parceria público-privada e entregue à Bovespa (berço do “liberalismo
econômico” brasileiro) para definição por leilão, tendo vencido a CCR. Ressalta
ainda o presidente da CTB que não se contratou “...um obreiro, uma construtora e sim um
serviço com a concessão de 30 anos. Esse detalhe é muito importante para
explicar o resultado que nós estamos tendo hoje.”. E porque indagado
explica a diferença entre contratar um serviço e contratar uma empreiteira: “Basicamente a
principal diferença está na questão da matriz de risco.. o risco é 100% assumido
pelo privado...”
Expansões previstas: conclusão da linha 2 (Aeroporto) até o final
deste ano; prolongar a linha 1, no período de 2 anos, até chegar a Águas Claras,
para atender as Cajazeiras e região; para início no segundo semestre de 2.017, de
obras de uma linha de VLT (veículo leve sobre trilhos) que vai substituir o
trem do subúrbio.
E mais importante ainda é que com a integração metrô-ônibus, se
necessário, o passageiro, especialmente o trabalhador, pode acessar o ônibus, o
metrô e um segundo ônibus, pagando somente uma passagem.
Para ler a íntegra da entrevista acesse https://www.conversaafiada.com.br/brasil/por-que-o-metro-de-salvador-e-um-sucesso