sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

O METRÔ DE SALVADOR

Viajava eu, de “busu”, por esses dias por Salvador e estava a contemplar o ritmo e o inquestionável progresso das obras do metrô de Salvador, com uma boa parte de seu projeto já concluída e em funcionamento, quando me chama a atenção a conversa entre uma senhora sentada ao primeiro banco, (o destinado em geral a deficiente físico), e o motorista. Referida senhora, bem trajada, de “boa aparência”, típica da “dondoca” (peixe fora d’água?) começou a soltar impropérios dirigidos ao governo do estado: “não vê aí? Nem nome de construtora tem! Só tem nome de governo do estado... é, ele vai se reeleger com isso... o povo que se dane...”. mantive-me tão somente ouvindo, mas com um misto de incredulidade e indignação quanto ao nível de estupidez que se observa em setor da população que deveria ser bem informada e não o é. Ou se trata efetivamente de má-fé?
Pois, bem, agora deparo-me com uma entrevista feita por Paulo Henrique Amorim a José Copello, presidente da Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB) e publicada no blog, “Conversa Afiada”, nesta data.
De início, José Copello afirma que o “o metrô de Salvador tem um histórico bastante negativo de obras iniciadas... Sob gestão do município de Salvador, foram iniciadas no ano de 2.000, com projeto inicial de 12km – em 2013, só havia 6km de obras construídas e sem condições de operação.
Somente em 2.013 com “atitude corajosa”, o então governador buscou transferir a responsabilidade do empreendimento, que àquela altura já havia consumido “...quase 1 bilhão públicos...sem nenhum benefício para a população...”, da Prefeitura Municipal para o Governo do Estado e “e essas obras paralisadas vieram para o Estado”.
Há que se destacar, neste mar de procelas corruptas, propositadamente geradas, em certo sentido, que o governo cobriu-se inteligentemente com uma modelagem de parceria público-privada e entregue à Bovespa (berço do “liberalismo econômico” brasileiro) para definição por leilão, tendo vencido a CCR. Ressalta ainda o presidente da CTB que não se contratou “...um obreiro, uma construtora e sim um serviço com a concessão de 30 anos. Esse detalhe é muito importante para explicar o resultado que nós estamos tendo hoje.”. E porque indagado explica a diferença entre contratar um serviço e contratar uma empreiteira: “Basicamente a principal diferença está na questão da matriz de risco.. o risco é 100% assumido pelo privado...
Expansões previstas: conclusão da linha 2 (Aeroporto) até o final deste ano; prolongar a linha 1, no período de 2 anos, até chegar a Águas Claras, para atender as Cajazeiras e região; para início no segundo semestre de 2.017, de obras de uma linha de VLT (veículo leve sobre trilhos) que vai substituir o trem do subúrbio.  
E mais importante ainda é que com a integração metrô-ônibus, se necessário, o passageiro, especialmente o trabalhador, pode acessar o ônibus, o metrô e um segundo ônibus, pagando somente uma passagem.