segunda-feira, 29 de junho de 2015

GOLPE: A DERRUBADA EM MARCHA!

Siiiuuuu!!! Caluda! Silêncio! Prestem a atenção! Especialmente aqueles "esquerdistas" que, visando a obtenção de efêmeras e ilusóerias vantagens políticas particulares, posicionam-se de forma a complicar o desempenho do governo petista e, por isso, fortalecendo a direita retrógrada, golpista.



Dê-se a isso o nome que se quiser. Estamos em meio a um processo de derrubada do governo da Presidenta da República, Dilma Rousseff.


por: Joaquim Palhares – Diretor de redação

Todos sabemos qual é a hora congelada no relógio da história brasileira neste momento.

Certamente não é hora de reiterar platitudes.

Ou de repetir lamentos, ainda que justos, pertinentes. Tampouco de replicar constatações.

Todas as constatações que de forma procedente apontam a cota de equívocos do governo e do PT na crise atual já foram feitas. Não será a sua reiteração que levará o partido assumi-las ou equaciona-las.

Os fatos caminham à frente das ideias: a história apertou o passo.

A dinâmica política assumiu a vertiginosa transparência de um confronto em campo aberto no país.

Trata-se de escolher um dos lados e tomar posição para o combate. Este que já começou e avança de forma acelerada.

É o seu desfecho que decidirá o aluvião das pendências, críticas, autocríticas, repactuações, concessões e escolhas estratégicas que vão modelar o passo seguinte do desenvolvimento brasileiro.

De um modo direto: o desfecho desse confronto vertiginoso consolidará o novo ponto de equilíbrio da correlação de forças que se esgarçou e caminha para definir seu novo ponto de coagulação.

Qual será esse ponto?

Depende do discernimento histórico, do sentido de urgência e da capacidade de articulação das forças progressistas nessa hora decisiva.

Estamos em meio a um processo de derrubada do governo democraticamente eleito da Presidenta da República, Dilma Rousseff.

Dê-se a isso o nome que se quiser.

Todos aqueles ensaiados pela direita latino-americana nos últimos anos:  golpe constitucional; derrubada parlamentar; golpe em câmera lenta. Ou as marcas de fantasia da mesma ofensiva, todas elas embrulhadas no rótulo de uma peculiar luta anticorrupção.

A singularidade dessa maratona ética é ter o PT como único grande alvo; Lula como meta antecipada, a mídia como juiz do domínio do fato e a consagração do financiamento empresarial como a nota de escárnio e desfaçatez a desnudar toda lógica do processo.

Tudo isso já foi dito pelos canais disponíveis, que não são muitos, e dentre os quais Carta Maior se inclui com muito orgulho.

Vive-se um adestramento da resignação brasileira para o desfecho golpista deflagrado no processo de reeleição de Lula, em 2005/2006, quando ficou claro que a direita brasileira não tinha capacidade de voltar ao poder pelas urnas.

Passo a passo vem sendo cumprido desde então o objetivo histórico a que se propôs a elite brasileira e internacional.

Trata-se de um objetivo ancorado em três metas:
a) desqualificar o Partido dos Trabalhadores e tornar suas lideranças sentenciadas e inelegíveis;

b) inviabilizar, levar ao impeachment o governo da Presidenta Dilma; e

c) desmontar e fazer regredir todos os avanços populares obtidos na organização da economia, do mercado de trabalho, das políticas públicas e sociais e da soberania geopolítica.

Em uma palavra: completar o trabalho iniciado no ciclo de governo do PSDB nos anos 90, com o desmonte do Estado, a regressão dos direitos sociais democráticos e a substituição desses direitos por serviços pagos, acessíveis a quem puder compra-los.

A crispação da escalada, agora aguda, valeu-se de um componente da correlação de forças intocado em todos esses anos naquele que talvez tenha sido o erro superlativo dos governos liderados pelo PT: a hegemonia do aparato comunicação nas mãos da direita brasileira.

Esse trunfo sabotou cada iniciativa do projeto progressista e coordenou o cerco que ora se fecha.

Alimentou, ademais, a disseminação do ódio na opinião pública, que se expressa na agressividade inaudita observada nas redes sociais desde a campanha de 2014.

É nessa estufa de preconceito e ódio de classe que brotam os esporos da ofensiva fascista, traduzida na escalada em curso.

Inclui-se nessa espiral as agressões públicas a ministros e ex-ministros de Estado, o ataque à reputação de lideranças progressistas e a de seus familiares, a onda de boatos e acusações infundadas contra o governo, as lideranças petistas e populares; enfim, o adestramento progressivo e diuturno do imaginário social para a aceitação passiva, ou engajada, da derrubada do governo da Presidenta Dilma.

Iludem-se os que confundem esse aluvião tóxico como evidência da banalidade do mal.

É de luta de classes que estamos falando. Não de Hannah Arendet.

É de intolerância fascista a pavimentar a derrubada de um governo escolhido por 54 milhões de brasileiros.

Os que pautaram o grito de ’escravo’ no desembarque dos cubanos engajados no ‘Mais Médicos’, agora conduzem o jogral que grita ‘corruptos e impeachment’.

Não sejamos ingênuos.

É curta a ponte que leva o ódio antipetista a se propagar em ódio anticomunista,  em intolerância religiosa e desta para a demonização da livre escolha sexual e daí para a higienização social.

Em nome do combate ao crime e à violência ultimam-se as providências legais para lotar penitenciárias com adolescentes pretos e pobres.

Quando uma sociedade simplesmente interna o seu futuro assim, em jaulas, qual futuro reserva a sua gente?

Um futuro nascido do intercurso entre a intolerância fascista e a livre mobilidade dos capitais chama-se regressão.

É esse o programa da derrubada em marcha do regime democrático brasileiro.

Não errará quem encontrar pontos de identidade com outras escaladas em curso na política latino-americana, marmorizada  de redes sociais, movimentos e  lideranças jovens treinados e financiados por fundações de extrema direita dos EUA. Os novos  braços privados da CIA e do Departamento de Estado.

O processo que ora avulta na caçada ao PT culminará com a caça a todo e qualquer desvio à norma de conduta que determina a subordinação esférica da sociedade à lógica rentista local e global.

Carta Maior nasceu como um espaço de reflexão da intelectualidade progressista brasileira.

Seu compromisso explícito com a construção da democracia social  torna-a um veículo imiscível com a derrubada em marcha do governo do país –em relação ao sustenta um apoio crítico claro e independente.

Elegemos uma prioridade diante das provas cruciais que nos impelem –os progressistas , democratas e nacionalistas sinceros—ao engajamento nesse divisor que se aproxima.

Exortamos os intelectuais a irem além do debate convencional.

Estamos propondo a incômoda operação de concretizar o geral no particular.

Trata-se de uma exortação à Universidade pública, para que ela volte a ser um ator do desenvolvimento. E não apenas um cronista da crise. Ou um coadjuvante do mercado.

Não basta mais produzir manifestos contra os golpistas.

É preciso afrontar o projeto de país embutido no golpe com um outro projeto.

E, sobretudo, com um outro método de escrutiná-lo .

Estamos exortando a universidade brasileira a se declarar uma trincheira em vigília permanente contra a derrubada do governo da Presidenta Dilma Rousseff.

E de fazê-lo transformando essa trincheira na rede da legalidade dos dias que correm.

Uma rede debruçada no debate do projeto de desenvolvimento que rompa os gargalos e as subordinações responsáveis pelo impasse atual.

E que transforme em práxis anti-golpista a costura das linhas de passagem do Brasil que somos, para o país que queremos ser.

O desafio de vida ou morte nesse momento consiste em restaurar a transparência dos dois campos em confronto na sociedade.

Na aparente neutralidade de certas iniciativas pulsa a rigidez feroz dos interesses estruturais que impulsionam a derrubada em marcha do governo.

A universidade pode, deve e precisa assumir a sua cota como um solvente, capaz de devolver à sociedade a clareza sobre as escolhas em confronto agudo nas horas que correm.

É essa urgência que CM quer compartilhar com a comunidade universitária, à qual se oferece como um canal de expressão democrático e progressista.

Mãos à obra.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Uma "viagem"

De repente, olho para o relógio do note-book e leio “16h20”. Estranho, penso, ao tempo em dirijo o olhar para o celular e este me confirma o horário.
Estava a “viajar” pela internet e não sei há quanto tempo, quando fui chamado à realidade, à minha real posição, digamos assim, por um sinal de chegada de mensagem pelo WhatsApp de Fernanda, querida filha.
A sensação, que tive de momento e que, por toda a minha vida jamais me ocorrera, foi de recusa em acreditar no real tempo e que estaria ainda em período matinal, esquecendo-me, como recusando também que já havia almoçado. Admito que frequentemente faço “viagem” com o pensamento como qualquer pessoa deva fazer, mas desta vez a “viagem” foi longa e de afastamento do espaço  – sabe aquela coisa da Relatividade do Tempo. Êpa! Não, não estou doido e nem querendo me atrever a teorizar sobre a teoria do alemão, que gostou de mostrar a língua e apresentar-se descabelado; por favor, né? e que ao retorno à realidade deixou-me a impressão de ter voltado no tempo, coisa assim. Durante a “viagem” martelaram insistentemente o pensamento expressões “Você acredita em Deus?”; “O que é o destino?”; “Você tem medo da morte?” e respectivas respostas ouvidas na noite anterior num programa televisivo. 
Para ser franco, ao chegar à realidade devo ter sentido o que uma pessoa provavelmente sente quando, por razões outras, tem alterada sua consciência, alteradas suas faculdades mentais momentaneamente. O que comumente se chama de transe. Que estranho!
Devo esclarecer de pronto que não estava a ler, a visitar textos esotéricos ou que o valham. Não! Estava, tão somente, a ler matérias, em diversas fontes, sobre nossa conjuntura social, política e econômica. Dentre elas, havia assistido a uma videoconferência de Lula para um auditório em Milão, na Itália, que contava com a presença do primeiro-ministro daquele país, um ministro outro, italiano, também, em que o assunto foi o combate à fome – tipo de assunto normalmente censurado pela grande imprensa, por motivos óbvios; outra, foi uma postagem de uma viúva, por pouco tempo casada, de uma das vítimas do acidente que ceifou a vida do candidato à presidência da República e outros, em agosto do ano passado, um dos membros mais importantes da campanha do ex-governador. Sabia muito bem das coisas que poderia ler partindo de uma jovem viúva integrada em campanha eleitoral de candidato oposto ao da minha preferência; além do mais, integrante da mais alta elite pernambucana e posteriormente colaborada da campanha da candidata do Solidariedade (solidariedade, a quem?). Mas, mesmo assim, minha curiosidade era muito grande: “Eu não imaginaria, nem no meu pior pesadelo, casar e – quatro meses depois – estar na Base Aérea no Recife esperando o caixão do meu marido chegar em um dos três aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) que transportaram as sete vítimas...Vejam o que é o destino [Êpa!] ou chamem como preferir. Chegamos a cursar algumas cadeiras na mesma faculdade de Jornalismo, mas temos uma vaga lembrança disso...Nessa loucura toda, teve um descanso: a noite do aniversário de Renata Campos, cinco dias após o desastre. Na casa dela no Recife, esticamos até de madrugada, numa contação de história sem fim, aplacando a saudade. Foi muito riso. A gente chorou de rir, como se diz. Obra divina.”. Abstraio-me de comentar seu texto, até por respeito à sua dor.

Fico a me perguntar se tudo o que me ocorreu não tem a ver com a impressionante entrevista a que assisti ontem na TV Brasil, com o autor de Cidade de Deus. O cara para tudo possuía resposta. Perguntas tais como: Você acredita em Deus? O que é o destino? Você tem medo da morte? Etc., etc. Indagações que bolem profundamente comigo, que transcendem, até, a vida intra-uterina. Medo da morte? E por que a incansável busca pela imortalidade, senão o eterno temor pela morte? 

terça-feira, 2 de junho de 2015

A Justiça, o MP e a PF acham que somos idiotas !

Vou me reservar ao Direito de me manter calado. Não vou fazer comentário algum. O próprio título da postagem, que é o título do artigo de Emanuel Cancella, extraído do Conversa Afiada, já representa toda a minha indignação com a conjuntura de acontecimentos que seria motivo de as instituições de tradições democráticas e de luta pela Justiça reagirem e não se pejam de vergonha por assistirem-na omissiva e covardemente.




Querem nos fazer de Pátria de idiotas 

por Emanuel Cancella, nos comentários do Facebook

Como aceitarmos a denúncia de corrupção da Fifa sem envolver a Globo, que tem o monopólio do futebol no Brasil, Copa do Mundo, Libertadores, Copa América, campeonato brasileiro, e estaduais?

A Globo fez negócios com a cúpula da Fifa que está presa e ninguém cogita de investigar a emissora. Lembrando que a emissora não tem nada de inocente, além do monopólio do futebol é sonegadora do Imposto de Renda da Copa de 2002. E não é que foi pega na malha fina, a Globo foi fazer o negócio nas Ilhas Virgens britânicas onde frequentam os maiores bandidos do planeta.

Além disso a Globo, é envolvida com José Hawilla, dono da TV TEM que é sua afiliada da e que, como réu confesso, aceitou pagar U$ 151 milhões, no caso da Fifa.

Prenderem o tesoureiro do PT e não prenderem os tesoureiros do PSDB, PMDB, PP que também foram citados em delação premiada na operação Lava Jato.

Julgaram o mensalão do PT e deixaram de fora o do PSDB que foi anterior ao do PT, sendo que o mensalão do PSDB está prescrevendo.

Agora a Polícia Federal faz invasão na casa do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, do PT, coisa que nunca fizeram na casa do ex-governador Aécio Neves, do PSDB, que construiu um aeroporto com dinheiro público em terras da própria família e é citado pelo doleiro Alberto Youssef como propineiro na operação Lava Jato, recebendo dinheiro através da irmã em Furnas.

O ex-governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), foi denunciado pelo ex-policial federal, Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como “Careca” de receber um milhão de reais de propina.

Até quando as instituições brasileiras vão dar um atestado de idiota a todos nós, prendendo uns, investigando outros e deixando de fora principalmente a Globo e o PSDB?