sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A “SANTA” CANDIDATA MENTE!

A toda pura, purificada, candidata da “mudança”, da mudança dela mesmo, que muda discurso, conceito, opinião, toda hora, mais uma vez se esconde no denuncismo vazio, no discurso cheio de circunlóquios, mas vazio de conteúdo, como diz o autor do texto abaixo retirado do Conversa Afiada: “a candidata disse que “o que enfraquece os bancos é pegar o dinheiro do BNDES e dar para meia dúzia de empresários falidos, uma parte deles, alguns deles que deram, enfim, um sumiço em bilhões de reais do nosso dinheiro”. O número de imprecisões só dessa frase é impressionante”. Vejamos o texto integralmente a seguir:

MARINA E O BNDES
Fábio Kerche

O BNDES é um dos principais instrumentos que o governo brasileiro dispõe para implementar sua política econômica. É o governo em exercício que escolhe as áreas prioritárias e as linhas de atuação do banco, que as executa por meio de um rigor técnico garantido por seu capacitado corpo funcional.

Para ficarmos em apenas dois exemplos: no governo Fernando Henrique Cardoso, o BNDES teve um papel fundamental nas privatizações e no governo Lula, respondendo à forte crise iniciada em 2008, expandiu o crédito à indústria e à infraestrutura.

É, portanto, absolutamente legítimo que o papel do BNDES seja debatido na campanha eleitoral. O próximo presidente terá a responsabilidade de manter ou modificar as prioridades do banco nos próximos anos, decisão que poderá afetar todo o financiamento ao setor produtivo brasileiro.

Mas esse necessário debate eleitoral seria mais proveitoso para o país se fosse lastreado por um correto diagnóstico por parte dos candidatos. Como corrigir rumos se não conseguimos entender a atual direção? Esse parece ser o caso da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva. Senão, vejamos.

Nesta quinta-feira (25), em entrevista ao programa “Bom Dia Brasil”, da TV Globo, a candidata disse que “o que enfraquece os bancos é pegar o dinheiro do BNDES e dar para meia dúzia de empresários falidos, uma parte deles, alguns deles que deram, enfim, um sumiço em bilhões de reais do nosso dinheiro”. O número de imprecisões só dessa frase é impressionante.

Em primeiro lugar, o BNDES não “dá” dinheiro a ninguém, ele empresta. Isso significa que o banco recebe de volta, corrigidos por juros, os seus financiamentos. Sua taxa de inadimplência é de 0,07% sobre o total da carteira de crédito, segundo o último balanço, sendo a mais baixa de todo o sistema bancário no Brasil, público e privado.

Isso nos leva a outra imprecisão da fala da candidata. A qual “sumiço” de recursos ela se refere se o BNDES recebe o dinheiro de volta e obtém lucros expressivos de suas operações? O lucro do primeiro semestre, de R$ 5,47 bilhões, foi o maior da história do banco.

Em relação aos empresários “falidos”, talvez a candidata, em um esforço de transformar em regra a exceção, esteja se referindo ao caso Eike Batista. Se isso for verdade, temos mais uma imprecisão: seja por causa de um eficiente sistema de garantias das operações, seja porque grupos sólidos assumiram algumas empresas, o BNDES não sofreu perdas frente aos problemas enfrentados pelo empresariado.

Por fim, nada mais falso do que dizer que o BNDES empresta para “meia dúzia”. No ano passado, o banco fez mais de 1 milhão de operações, sendo que 97% delas para micro, pequenas e médias empresas.

Embora o BNDES não tenha a capilaridade dos bancos de varejo, a instituição aumentou seus desembolsos para as pequenas empresas de cerca de 20% do total liberado na primeira década de 2000 para mais de 30% no ano passado. Se retirássemos as típicas áreas onde os pequenos não atuam (setor público, infraestrutura e comércio exterior), os financiamentos para os menores representariam 50% dos desembolsos do banco.

Das cem maiores empresas que atuam no Brasil, 93 mantém relação bancária com o BNDES. Entre as 500 maiores, 480 são seus clientes. Como sustentar que o BNDES escolhe “meia dúzia” se o banco apoia quase todas as empresas brasileiras dos mais variados setores de nossa economia?

A candidata Marina lembrou recentemente que uma mentira repetida diversas vezes não a transforma em verdade. Isso também vale para o papel que o BNDES vem desempenhando nos últimos anos.

FÁBIO KERCHE, 43, doutor em ciência política e pesquisador da Fundação Casa de Rui Barbosa, é assessor da Presidência do BNDES. Foi secretário-adjunto e secretário de Imprensa da Presidência da República (governo Lula)

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

OLODUM, ILÊ AYÊ E MOVIMENTOS NEGROS ORGANIZADOS UNIDOS POR UMA CANDIDATURA

Reproduzo postagem contida no Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, texto de Cleidiana Ramos do jornal A TARDE, de Salvador, que trata do encontro “dos movimentos negros organizados... na sede do bloco Ilê Aiyê”. E o que mais me chamaram a atenção foram as declarações de João Jorge, presidente do Olodum, militante do PSB, “A eleição tem um tom democrático de plebiscito entre as políticas de igualdade e o estado  liberal mínimo que permite a influência de poucos, o que para mim é perigoso... Meu partido, o PSB, no qual ela entrou porque não conseguiu criar o seu,  em 1947  lutou pela liberdade religiosa, questão que ela não entende, além de reunir apoios como o de Marco  Feliciano que faz um mal enorme à  defesa dos direitos humanos

Saiu no A Tarde:

Cleidiana Ramos

Demorou, mas o debate com base nas bandeiras históricas dos movimentos negros organizados – combate ao racismo, desigualdades e intolerância religiosa – ganhou projeção no cenário eleitoral baiano. Ontem, na sede do bloco Ilê Aiyê, foi divulgada uma carta de apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).

O encontrou aconteceu quatro dias após o PSB ter organizado, em Salvador,  evento para recepcionar  a candidata do PSB à presidência, Marina Silva (PSB), no último sábado, com ênfase na questão étnico-racial.

DIVERSIDADE

O evento de apoio a Dilma reuniu 25 representantes de associações do movimento negro organizado, incluindo  históricas como o MNU, as  do movimento pela igualdade de gênero (Fórum das Mulheres Negras) e do combate à intolerância religiosa: Coletivo de Entidades Negras (CEN) e Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen).. Entidades de outros estados como a Malungu do Pará também assinam o documento.

“Nós reconhecemos que o governo, a partir da gestão Lula,  tem feito a inclusão sócio-racial no Brasil”, disse Raimundo Bujão, membro do MNU. A  reunião contou com a participação de Angela Guimarães, que integra a coordenação nacional da campanha de Dilma Rousseff.

Em discursos, como o de Antônio Carlos Vovô, presidente do Ilê, houve menção de apoio a Rui Costa, candidato ao governo pelo PT.

“O que está em jogo não é apenas uma disputa eleitoral, mas projetos políticos. A nossa opção é por aquele que tem  conquistas mais próximas às bandeiras que historicamente nos defendemos”, disse Gilberto Leal, da Conen.

Dentre os signatários da carta de apoio a Dilma surpreendeu a assinatura do Olodum. O seu presidente, João Jorge Rodrigues é filiado ao PSB. Ele diz está sendo coerente por considerar que há dois projetos políticos em jogo e que se identifica com o do PT.

“A eleição tem um tom democrático de plebiscito entre as políticas de igualdade e o estado  liberal mínimo que permite a influência de poucos, o que para mim é perigoso”, aponta.
Para ele, a redução de pessoas na linha de pobreza, por meio de programas como o Bolsa Família e o  Minha Casa,  Minha Vida combatem desigualdades que têm raízes no racismo.  “Como militante de direitos humanos, da consciência negra e luta pela igualdade  não poderia apoiar outra proposta”, afirma.

João Jorge não poupou críticas a Marina Silva. “Meu partido, o PSB, no qual ela entrou porque não conseguiu criar o seu,  em 1947  lutou pela liberdade religiosa, questão que ela não entende, além de reunir apoios como o de Marco  Feliciano que faz um mal enorme à  defesa dos direitos humanos”, afirmou.


Ele destacou que foi correligionário de Marina Silva no PV, logo após ela ter saído do PT. “Por conta dela, o PV abriu mão de bandeiras como a descriminalização do aborto e da legalização da maconha”.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

A PETROBRÁS, A PNAD E O CORO DA INSIGNIFICÂNCIA NACIONAL

Reproduzo artigo de Saul Leblon, da Carta Maior, publicado no Conversa Afiada, cujos termos dizem respeito à postagem anterior que tratou das escondidas realizações dos governos do PT. 

Em alguns parágrafos do texto atrevo-me a fazer alguns comentários que acho necessários e estarão destacados por diferente fonte, em negrito, e separados por colchetes.

A PETROBRÁS, A PNAD E O CORO DA INSIGNIFICÂNCIA NACIONAL

A simbologia da Petrobrás ficou até maior do que nos anos 50, quando foi criada por Getúlio. Hoje, ela deixou de significar apenas petróleo nacional.

por: Saul Leblon

Imagine-se que o México, por exemplo, do novo herói de Wall Street, Enrique Peña Nieto; ou a Espanha, do imperturbável ‘austericida’, Mariano Rajoy; ou mesmo os EUA, do flácido Barack Obama, reunisse, em uma única semana, essa que passou, as seguintes conquistas no portfólio do seu governo:

1. O país fosse declarado pela FAO um território livre da fome, praticamente erradicada nos últimos 11 anos; [Que destaque se vê na grande imprensa sobre este fato?]

2. Tivesse a notícia de que a miséria extrema fora igualmente reduzida em 75%, no mesmo período; [Também, pergunto, que destaque se dá?]

3. Constatasse que após seis anos de uma interminável crise mundial, a renda média mensal das famílias continuasse a crescer, tendo se elevado em 3,4% acima da inflação em 2013 (dado da PNAD já corrigida);
[Não seria, talvez, uma das grandes razões para o tamanho do “pibinho” brasileiro? Parte do pib ficou como renda das famílias e não para número bonito de pibão]

4. E que o rendimento médio dos trabalhadores assalariados, no mesmo período, registrou um aumento de 3,8% acima da inflação e acima do PIB, de 2,5%; [Que pena! Não poderia ter ido para os especuladores? Como sempre ocorreu?]

5. Ainda: que enquanto a renda dos 10% mais ricos cresceu 2,1%, a dos lares mais pobres, incluindo-se os benefícios das políticas sociais, avançou 2,9%, o que contribuiu para um pequeno, mas persistente recuo da desigualdade, em declínio desde 2004;
[Aí é que os oligarcas, que sempre usufruíram das políticas econômicas ortodoxas, se roem de raiva! E não querem permitir a continuação do rumo que segue o nosso país ] ;

6. Mais: que o trabalho infantil em 2013 caíra 12,3%; a matrícula na pré-escola atingira 81% das crianças e o trabalho com carteira assinada já englobaria 76% dos assalariados;

7. Não só; a consolidação dos indicadores sociais dos últimos 11 anos, embora não tenha quebrado os alicerces de uma das construções capitalistas mais desiguais do mundo, mexeu em placas tectônicas. A renda média da sociedade aumentou 35% acima da inflação entre 2004 a 2013. Mas a dos 10% mais pobres cresceu o dobro disso (cerca de 73%); e entre os 50% mais pobres, avançou mais de 60%, com repercussões óbvias no padrão da produção e da demanda, no conforto doméstico e nas expectativas em relação ao futuro; [A mexida “em placas tectônicas” é que tem tirado o sono e alimentado a raiva “daszelites”]

8. A mesma semana generosa incluiria ainda a informação de que as novas reservas de petróleo desse país, responsável por 40% das descobertas mundiais nos últimos cinco anos, já representam 24% da produção nacional;

9. E, por fim, que o investimento em infraestrutura, depois de três décadas de declínio sistemático –repita-se, três décadas de recuos sucessivos– registrou uma inflexão e passou a crescer o equivalente a 2,4% do PIB, em média, de 2011 a 2013. [“Mas que absurdo!”]

Qual seria a reação do glorioso jornalismo de economia diante desse leque de vento bom, se a mão que o abanasse fosse a dos titãs dos mercados?

Não seríamos poupados de manchetes faiscantes, a alardear a eficácia das boas práticas do ramo.

Mas as boas notícias tem como moldura o Brasil.

Presidido pela ‘intervencionista’ Dilma Rousseff, candidata petista à reeleição e detentora de teimosa liderança nas pesquisas do 1º turno.

Isso muda tudo.

Muda a ponto de um acervo desse calibre ser martelado como evidência de retrocesso social no imaginário brasileiro.

Muda a ponto de Marina valer-se dessa ocultação da realidade para decretar que Dilma entregará um país ‘pior do que o que recebeu’. [Estaria bem melhor se fosse ela a escolhida pelo “sapo barbudo”]

O padrão ‘Willian Bonner’, como se vê, faz escola.

A indigência do debate impede não apenas que o Brasil se enxergue como o país menos desigual de toda a sua história, mas, sobretudo, interdita a autoconfiança da sociedade nos seus trunfos para avançar um novo passo nessa direção.

Não se subestime aqui a persistência de gargalos significativos nessa trajetória. Juros descabidos, por exemplo. E uma paridade cambial fora de lugar há duas décadas. Com toda a guarnição de perdas e danos que esse desajuste de dois preços essenciais pode acarretar. [É verdade.]

Embora sejam apresentados como prova do genuíno fracasso petista, a verdade é que desarranjos macroeconômicos não constituem exceção na história econômica do país. [Aqui e em parágrafos seguintes, está retrato 3x4 do que foi o país sob o “choque de gestão” dos tucanos, à frente aquele que manda esquecer tudo que escreveu, o “príncipe dos sociólogos”]

Será necessário recordar, à nova cristã do tripé, que sob o comando de Armínio Fraga, virtual ministro dela ou de Aécio , o BC elevou a taxa de juro a 45%, em março de 1999?

Que a dívida pública explodiu sob a gestão do festejado herói dos mercados?

E que a defasagem cambial sob FHC exigiu uma maxidesvalorização de 30% em janeiro de 1999, escalpelando o poder de compra das famílias assalariadas?

Ou que as perspectivas da inflação então oscilavam entre 20% e 50% ao ano; maiores que as da enxovalhada Argentina hoje?

O banco de dados do glorioso jornalismo de economia dispõe desses dados.

Que ali hibernam a salvo da memória nacional. [E hibernam nas profundas geleiras da grande imprensa]

O fato é que se alguns desequilíbrios se repetem –em escala muito menor, caso do juro de 11% e da paridade cambial de R$ 2,25– os trunfos, ao contrário, caracterizam uma auspiciosa singularidade.

E não avançam apenas da esfera social para o mercado, mas vice versa.

A economia brasileira dispõe agora de reservas em moeda estrangeira da ordem de US$ 400 bi, com um fiador estratégico de peso muito superior a esse. [Que inveja, diriam eles, os gestores do choque (elétrico?]

Uma poupança de petróleo e gás, que pode chegar a 100 bilhões de barris, avaliada em cerca de R$ 5 trilhões, revestida de domínio de tecnológico e escala para traduzir-se em soberania, autossuficiência e receitas, pavimenta o futuro do crescimento nacional.

Não só.

Em plena crise mundial, o país alicerçou um dos mercados de massa mais cobiçados do planeta e um mercado de trabalho que flerta com o pleno emprego. [O noticiário diário que se vê, lê e ouve é de total desconhecimento deste fato. Pelo contrário, o país está em estado de caos]

A sociedade brasileira é uma das poucas em todo o planeta a desfrutar de uma combinação vital ao futuro humanidade: autossuficiência alimentar e fontes abundantes de energia limpa.

Sua dívida pública é estável, proporcionalmente baixa em relação ao PIB (37%) e aos padrões mundiais.

A planta industrial embora esgarçada, carente de competitividade, preserva escala e encadeamentos que ainda distinguem o país em relação às demais nações em desenvolvimento. Ainda que setores respirem por aparelhos, não está morta.

As empresas estão líquidas, são lucrativas, têm caixa suficiente –hoje alocado no rentismo– para deflagrar um novo ciclo de expansão.

O país conta, ademais, com uma invejável rede de bancos públicos e possui um dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo (o BNDES é maior que o Banco Mundial); o nível de endividamento das famílias é proporcionalmente baixo em relação à média internacional e o sistema de crédito é sólido. [E a candidata da “mudança” (aquela que muda, que se muda) quer acabar com os bancos públicos, ou, relativizando em discurso, reduzir o poder deles]

Não é pouco, mesmo considerando-se as novas condições de mobilidade de capitais que restringem o poder dos governantes para ordenar o desenvolvimento.

Com muito menos que isso, Getúlio Vargas afrontou o cerco conservador nos anos 50. [E deu no que deu]

Se dependesse das restrições da época, e do imediatismo das elites, ele não teria criado a Petrobrás, por exemplo.

Tampouco insistido na industrialização.

Assim como Juscelino não teria feito Brasília.

Ou Celso Furtado –desdenhado pela assessoria ‘moderna’ de Marina– teimado em erradicar o apartheid nacional, que tinha no Nordeste um quê de bantustão avant la lettre. [E o Nordeste está aí, despontando como a região que mais cresce

A determinação de viabilizar cada uma dessas agendas extraiu do engajamento popular e dos fundos públicos a viabilidade sonegada pelas elites, seus sócios estrangeiros e seu aparato emissor.

A seta do tempo não se quebrou: hoje a Petrobrás é a empresa que tem a maior carteira de investimento do mundo; o Nordeste é a região que lidera o crescimento do poder de compra popular; o Centro-Oeste é um dos polos agrícolas mais dinâmicos do país.

Operadores de Marina e Aécio fazem gestos nervosos na lateral de campo da disputa eleitoral. [Contando com que o juiz marque um pênalti]

Apontam o relógio para dizer que o tempo do jogo da soberania com justiça social esgotou.

Exigem que o eleitor encerre a disputa e aceite a derrota definitiva desse capítulo na história nacional.

O jogral tem experiência no ramo dos vereditos incontrastáveis.

O desdém pelo Brasil mais justo que progressivamente emerge das PNADs é uma prova.

O diabo é a Petrobrás. E as arrancadas do pré-sal.

A dupla adiciona uma dissonância não negligenciável ao discurso da insignificância brasileira na coordenação do futuro do seu desenvolvimento.

Tem peso e medida para representar um indutor de crescimento mais consistente e duradouro que o ciclo recente de valorização das commodities, ao qual o discurso conservador atribui toda a extensão dos avanços sociais registrados nos últimos anos.

Nesse sentido, a simbologia da Petrobrás ficou até maior do que foi nos anos 50. [“O petróleo é nosso”, a Petrobrás é nossa, a gasolina, o diesel, a nafta são nossos. Para bem longe a petroBRAX!]

Hoje ela deixou de significar apenas petróleo nacional. Para se tornar o espelho de uma dissidência poderosa aos interditos dos mercados no século XXI.

Fortemente imbricada nas encomendas cativas de toda a cadeia da extração, refino e usos sofisticados da petroquímica, a regulação soberana do pré-sal facultou ao país um novo berçário industrializante.

Não é o canto do cisne da luta pelo desenvolvimento, como querem alguns.

Pode ser o aggiornamento de um modelo.

A integração entre compras direcionadas à indústria brasileira e o investimento em cadeias produtivas relevantes, já funciona, de forma similar, e com sucesso, nas aquisições de medicamentos para o SUS, com fomento da rede de laboratórios nacionais pelo BNDES.

Se esse modelo entrar em voo de cruzeiro, o discurso da insignificância brasileira na definição do passo seguinte do seu crescimento entrará em coma.

O pré-sal é o ponteiro decisivo da corrida contra o ultimato conservador dos operadores de Marina e Aécio.

É coerente que tenha merecido apenas uma única e mísera linha no pr0grama de 242 páginas de Marina Silva ; assim: “Destinar ao orçamento da educação os royalties do petróleo em áreas do pré-sal já concedidas”. Ponto.

É mais que isso o que está em jogo.

No ciclo do próximo governo –e por isso é crucial ele seja progressista– o pré-sal, mantida a regulação soberana do regime de partilha, avançará exponencialmente para responder por 50% da produção brasileira em 2018.

O país estará, então, no limiar de dispor de 4,2 milhões de barris/dia, o dobro da oferta atual, com excedentes exportáveis robustos e crescentes.

Não são apenas negócios.

Cerca de 75% dos royalties do pré-sal vão para a educação; 25% para a saúde.

Mais de 300 mil jovens brasileiros serão treinados diretamente nos próximos anos pelo Promimp, o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural.

Um parque tecnológico de ponta em pesquisa de energia, com adesão de inúmeras multinacionais, está nascendo no Fundão, junto à Universidade Federal do Rio de Janeiro, colado à agenda do pré-sal.

A indústria naval brasileira que havia desaparecido nos anos 90 agora é a quarta maior do mundo e emprega 100 mil pessoas.

As receitas do refino –filé da indústria do petróleo—ficarão em boa parte no país, graças a um esforço hercúleo da Petrobrás de investir em uma rede de refinarias, heresia sepultada pelo PSDB e a turma da Petrobrax nos anos 90.

Desqualificar a estatal criada por Getúlio –‘o PT colocou um diretor lá por 12 anos par assaltar os cofres da empresa’, diz a doce Marina– significa para o conservadorismo uma vacina de vida ou morte contra um perigo maior. [Ela sabe muito bem que o diretor é empregado de carreira da empresa e já é diretor dos tempos dos tucanos]

Aquele que pode levar o discernimento nacional a enxergar no épico contrapelo do pré-sal, sob o guarda-chuva de uma estatal poderosa, a inspiração para um modelo capaz de destravar o arranque de um novo ciclo de expansão em outras áreas.

Não se trata de uma gincana acadêmica.

Trata-se de ter ou não a soberania sobre o crescimento e a produtividade indispensáveis aos bons indicadores de futuras PNADs.
Que reúnam avanços iguais, ou maiores, que esses que o glorioso jornalismo de economia se esmerou em desqualificar na semana passada. Mas para os quais não oferece nenhuma alternativa, exceto o coro mórbido da insignificância nacional na construção do futuro.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

As Realizações Escondidas dos Governos do PT

No Blog de Luis Nassif, encontro o artigo abaixo transcrito, de autoria de J. Carlos de Assis - Economista, doutor pela Coppe/UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB, que responde às minhas inquietas indagações sobre os reais motivos de tanta gente odiar, visceralmente odiar, o PT, Lula, José Dirceu, Genoino e a Presidenta Dilma, especialmente Lula e a Presidenta. O PT, com a militância que possui e com a força política do seu líder maior, o ex-Presidente Lula, assistiu, simplesmente assistiu ao massacre incessante a que foram submetidos grandes líderes petistas, num julgamento midiático, tendencioso e político (Cadê o Mensalão tucano? Por que transformar Caixa 2 de Campanha – crime eleitoral, é verdade – em crime de desvio de verba pública?); ainda atualmente assistem omissos à difamante campanha que a grande imprensa processa há anos e o próprio governo não se dá ao trabalho de responder pronta e convenientemente através de seu setor de comunicação, defendendo-se das infundadas denúncias e escancarando as realizações conseguidas. Tenho grande simpatia pela monumental obra de progresso social sob os governos do PT. Na mesma medida, tenho restrições a sua política macroeconômica. Fazendo um balanço, fico com o lado positivo do ganho social: em nenhum outro país do mundo aconteceu nos últimos anos um desenvolvimento social tão amplo quanto no Brasil, no qual a concentração de renda diminuiu sensivelmente, o salário mínimo teve aumentos reais consistentes, milhões de pobres ascenderam socialmente, o IDH aumentou e o desemprego caiu para os mais baixos níveis históricos. Tudo isso aconteceu num contexto de crescente concentração de renda no mundo, sob os auspícios do neoliberalismo, e com destaque nos países industrializados avançados, notadamente nos gloriosos e ricos Estados Unidos da América e na Europa. É que os governos do PT fizeram uma mágica curiosa: sem transigir com o neoliberalismo e o Consenso de Washington (se o tivessem feito o crescimento teria sido maior), fizeram uma política fiscal moderadamente desenvolvimentista e favorável aos mais pobres. Claro, tiveram um grande auxílio na frente externa: as importações minerais e agrícolas da China. Por que, então, há tanta oposição a Dilma numa fração significativa das classes médias? Será porque as classes médias não gostam do que ela e Lula fizeram pelos pobres? Certamente que não. Os brasileiros são generosos pela própria natureza. Se uma significativa fração deles está contra Dilma, a razão principal é que está desinformada. Este Governo padece de uma monumental incompetência no campo da comunicação social. Ele nem consegue apontar o que faz de bem, nem se defender dos que o acusam por algum mal. A comunicação é a chave do relacionamento do governante com o povo. Lula é, sabidamente, um craque nisso. Entretanto, se acovardou diante do maior massacre de mídia que algum governante brasileiro, em todos os tempos, sofreu direta e indiretamente: o noticiário do processo do mensalão. Com quatro horas diárias na televisão por assinatura, mais algo como uma hora por dia de manhã e à noite em cadeia de tevê aberta, durante quatro meses, era impossível que, sem réplica consistente, qualquer cidadão brasileiro não se convencesse, seguindo as palavras do “imparcialíssimo” ministro Joaquim Barbosa, de que o Governo do PT havia sido tomado por uma quadrilha de malfeitores. Ao não contar a verdadeira história do chamado mensalão, uma irregularidade eleitoral chamada caixa dois de campanha, a direção do PT deixou que grande parte da opinião pública brasileira se convencesse de corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, pagamentos mensais de votos de deputados do próprio partido e o inacreditável “domínio do fato” que serviu para condenar Dirceu. Ao que tudo indica, Lula confiava na Justiça do STM. E a direção do PT se omitiu na obrigação política de fazer uma verdadeira narrativa dos fatos, relegando a tarefa a cada advogado que cuidava especificamente do seu cliente, não do conjunto do processo, ou a alguns jornalistas independentes, como Jânio de Freitas, Luís Nassif, Paulo Henrique Amorim e eu próprio. Não obstante, Lula sobreviveu ao massacre em sua reeleição. E a direção do PT achou que o assunto estava morto, no sentido de que não influiria nas eleições futuras, pelo que não era necessário um esclarecimento a seu respeito. Acertou de novo, porque Dilma foi eleita em 2010 pelo grande eleitor. Mas para uma fração crescente do eleitorado, o mensalão resistiu no subconsciente coletivo como o símbolo máximo da corrupção no Brasil. Dilma, que está longe de ser uma boa comunicadora, e que nem de longe foi contaminada concretamente pelo mensalão, acaba sendo uma vítima indireta dele por causa do silêncio covarde do PT, que entregou sem resistêncisa a vida, a honra e a liberdade de seus grandes líderes na construção do primeiro governo. Coisa parecida ressurge agora no escândalo forjado da Petrobrás, onde um bandido confesso se torna cúmplice da imprensa golpista para tentar denegrir a imagem do governo do PT. Não se vê por parte da direção do PT uma pronta resposta. O silêncio é uma espécie de confissão de culpa. Como não é uma boa comunicadora, Dilma contra-ataca com números. Os números são expressivos e convincentes. Mas tem o sabor de um poema concretista, sem emoção, ou com a emoção de pedradas. Assim mesmo ela consegue ter um desempenho fantástico nas pesquisas, confirmando o enunciado de Lenin segundo o qual “a verdade (mesmo quando não dita) é revolucionária”. Sinto que as coisas começam a ficar favoráveis a Dilma a despeito de suas próprias dificuldades comunicativas e da incompetência brutal de seu Governo nessa matéria. Vou dar um exemplo concreto. Li há alguns dias o relatório do PPA 2013-2015, que é uma espécie de prestação de contas de doze anos de Governo realizado pelo Ministério do Planejamento. É um show de realizações nas áreas sociais da saúde, educação, combate à miséria, promoção do emprego , desenvolvimento regional etc. Não vi nada disso na comunicação do Governo. Essa TV Brasil é um instrumento inútil de prestação de contas, pretendendo apenas copiar a tevê aberta em debates insossos de uma forma caricata. A comunicação do Governo se restringe a dar dinheiro para seus detratores Veja e Globo, a discriminar desfavoravelmente a imprensa média e pequena, e a ignorar seus próprios aliados na imprensa. Mais do que isso, a própria função do planejamento está subestimada. No Governo militar havia planejamento centralizado federal, que em seu tempo, sob Reis Velloso, teve seus méritos. Nos anos da abertura, quando prevalece o pacto democrático, isso não seria possível no formato autoritário anterior. Foi difícil e demorado encontrar um meio caminho de convergência entre o planejamento central e as demandas sociais no nível dos estados e dos municípios. É o que está acontecendo agora, com grande eficácia, na forma de planejamento participativo territorial. No último dia 17, para minha surpresa, reuniu-se em Brasília o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Planejamento, para tratar de planos plurianuais territoriais participativos. Dito de forma burocrática, isso não tem o menor significado. Na prática, é a efetiva democratização do planejamento, algo que só um governo popular poderia realizar. É da iniciativa de Dilma, orgânica e racional, não de Lula, geralmente inorgânico e emocional. Infelizmente, a comunicação do Governo é incapaz de refletir esse avanço no plano da ação estratégica governamental. Só tomei conhecimento do fato por acaso.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A PROVA DA FALÁCIA

Hoje, assisti à dupla, certamente muito bem remunerada, que apresenta o jornal matinal de uma rede de TV capciosamente a bradar e comentar com indignação que o “Brasil investe um terço de recursos na Educação” se comparado com outros países (notadamente do primeiro mundo, que eles tanto exaltam). Não tivesse a predisposição de ouvir notícias ou comentários de forma crítica, principalmente vindo dali e, mais ainda, não tivesse lido e anotado os termos da postagem que transcrevo abaixo, extraído do Blog de Luis Nassif (Jornal GGN), estaria como muitos estão decepcionados com o governo que, legitimamente eleito, conduz muito bem os destinos desta nação. E é esta a razão maior da emissora: desqualificar o governo do PT, desqualificar Dilma Roussef, desqualificar Lula Inácio da Silva! Vejamos o que diz Weden (o autor da postagem). Numa reportagem cheia de adjetivos e francamente editorializada, o Globo sentencia: "O relatório Panorama da Educação de 2014 da OCDE - o clube dos países ricos -, a ser apresentado nesta terça-feira em Paris, mostra que o investimento do Brasil no setor continua muito aquém do desejado". Bem, como somos leitores chatos, daqueles que leem com calculadora na mão, vamos às contas.para entender o que os jornalistas Leonardo Vieira e Andrea Rangel entendem por "muito aquém". O PIB brasileiro é parecido, próximo, do PIB de uma França (um pouco menor), de uma Reino Unido (igual) ou de uma Itália (um pouco maior). Que tem, pasmem, algo em torno de 1/3 (na verdade menos) de nossa população. Logo é natural que o nosso gasto per capita seja de um terço desses países. Aliás, se for um terço, já é até mais (verdade seja dita, a matéria reconhece, ainda que de forma bem discreta, quase envergonhada). Isso não quer dizer que seja o suficiente. Apenas que não é tão diferente. A reportagem também relaciona: Turquia (14,5), México (14,6), Hungria (19,5), Eslováquia (23,3), Chile (17,2), Israel (30,9), Portugal (25,3) e Coreia (31,7). Todos eles têm PIBs per capita (por paridade de poder de compra, critério FMI, 2011) maiores que o nosso (US$ 11.7 mil). Curiosamente, todos, embora não seja dito na matéria, com menos investimento proporcional que o Brasil (O Globo chega a dizer que a renda destes países é parecida com o Brasil. Não é ). Podemos tomar como exemplo a Eslováquia, que tem exatamente o dobro do PB per capita PPC do Brasil e que investe 80% mais em valores nominais. Em suma, é bem provável (precisaria fazer todos os comparativos) que o Brasil seja o país que, proporcionalmente ao PIB per capita, mais investe em educação, dentro da listagem da OCDE (está lançado o desafio). A afirmação "muito aquém", portanto, é falaciosa. Pelo menos, aritmeticamente.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

A CANDIDATA DA “REDE” É A MUDANÇA PERSONIFICADA

Não entendo, mas como em Política tudo é possível, como um(a) político de um pretenso partido pode ser candidato por outro partido. Mas ela (a candidata) é a candidata da “nova politica”, das MUDANÇAS. Vejamos, a seguir, as mudanças a que se propõe a candidata; aliás, a que se propõe não! As mudanças já fatos concretos! O Conversa Afiada reproduz texto do professor Gustavo Castañon, extraído do Viomundo, com informações doQTMD?: GUSTAVO CASTAÑON AFASTA-SE DO PSB: MARINA SILVA, A CANDIDATA DA MUDANÇA, ESTÁ EM LIQUIDAÇÃO por Gustavo Castañon, no QTMD? Há um sentimento de mudança no ar. 12 anos de governo do PT desgastaram o partido na opinião pública. É natural. As contradições inevitáveis do exercício do poder, a relação com um congresso fisiológico, os interesses contrariados, os acordos inerentes à democracia, os escândalos. É mesmo surpreendente que chegue ao cabo desse período ainda como o partido de um quarto dos brasileiros e tendo o voto de metade deles. Nesse cenário, surge a candidatura de Marina Silva, que encarna, sem sombra de dúvidas, a mudança, como provarei com os links abaixo. A começar pela mudança do cenário eleitoral. Depois de um desastre de avião, Marina assumiu o lugar de Eduardo Campos como a candidata do PSB à presidência. O compromisso de Marina com a mudança não é recente. Ele já se deixava sentir quando ela MUDOU DE RELIGIÃO HÁ POUCOS ANOS, abandonando o catolicismo de opção pelos pobres e ABRAÇANDO O FUNDAMENTALISMO da Assembleia de Deus, que tem entre seus quadros SILAS MALAFAIA e MARCOS FELICIANO, e acredita que discursos inflamados e emissões vocais desordenadas são MANIFESTAÇÕES DO PRÓPRIO ESPÍRITO DE DEUS. Depois Marina mais uma vez mudou quando saiu do PT por ter sido preterida na disputa interna do partido pela candidatura à presidência. Desde então ela iniciou um processo de mudança de crenças políticas que a tornou uma opção para os grandes meios de comunicação, os bancos e a classe média alta. Primeiro mudou-se para o PV, ganhou apoio do Itaú, finalmente concorreu à presidência, perdeu, mas não desanimou. Tentou mudar o então partido assumindo-lhe o controle, mas como não conseguiu, mudou de novo e tentou criar a Rede. Também não conseguiu apoio suficiente para CRIAR UM NOVO PARTIDO,e então mudou-se, de novo, para o PSB. A ecologista aproveitou a mudança e mudou-se para UM APARTAMENTO EM SÃO PAULO, DE UM FAZENDEIRO DO DEM. Num golpe de sorte, também mudou de ideia na última hora e não embarcou com Eduardo no jato que o matou. Logo depois da tragédia, Marina mudou do papel de vice para o de viúva, declarando ter sido CONSOLADA DA MORTE DE CAMPOS pela própria esposa dele. Com a má repercussão da declaração, ela mudou de postura eAPARECEU SORRIDENTE em seu velório POSANDO PARA FOTOS AO LADO DE SEU CAIXÃO. E a mudança não parou mais. Mudou o CNPJ da campanha para NÃO SER RESPONSABILIZADA PELAS IRREGULARIDADES DO JATO FANTASMA de sua campanha nem indenizar as famílias atingidas pela tragédia. A pacifista mudou seu compromisso da “Rede” que PROIBIA OS CANDIDATOS PELA LEGENDA DE RECEBER DOAÇÕES DE INDÚSTRIAS DE AGROTÓXICOS, DE ARMAS E DE BEBIDAS, e compôs chapa com o deputado federal Beto Albuquerque, político integrante da “bancada da bala”, financiada pela indústria bélica. Ele também é financiado por fabricantes de bebidas e agrotóxicos. E mais mudança veio com um PROGRAMA DE GOVERNO que contrariava toda a sua história. Prometeu ao Brasil a volta da gestão econômica do PSDB. Mudou a sua posição contrária à INDEPENDÊNCIA DO BANCO CENTRAL para garantir o APOIO DOS BANCOS BRASILEIROS. Mais do que isso, prometeu MUDAR A LEGISLAÇÃO TRABALHISTA promovendo a terceirização em massa, e prometeu acabar com a obrigatoriedade de função social de parte do crédito bancário,enterrando o crédito imobiliário. Mas isso não era mudança suficiente. Depois de quatro tuítes de Silas Malafaia mudou a mudança do programa e se declarou contra o casamento gay. Depois de um EDITORIAL DO GLOBO, também mudou a sua POSIÇÃO SOBRE O PRÉ-SAL, que prometera abandonar, e depois, MUDOU A POSIÇÃO SOBRE A ENERGIA NUCLEAR. Depois de uma vida de BATALHA CONTRA OS TRANSGÊNICOS, Marina, pressionada pelo agronegócio, também mudou e afirmou que sua posição histórica era uma “LENDA”. Mudou também sobre a transparência política. O MINISTRO PALOCCI CAIU por não revelar os nomes das empresas que contrataram seus serviços antes do governo. Mas ela hoje, candidata, SE NEGA A DIZER A ORIGEM DE 1.6 MILHÕES DE SEUS RENDIMENTOS, e declarou um patrimônio de somente 135 mil reais ao TSE. Uma senadora da República. Finalmente, na semana passada, MARINA MUDOU SUA OPINIÃO SOBRE A TORTURA, que antes considerava crime imprescritível, e PASSOU A SER CONTRÁRIA A REVISÃO DA LEI DE ANISTIA. Dois dias depois, GANHOU O APOIO DO CLUBE MILITAR. Marina muda tanto que acabou por DECLARAR SEU PROGRAMA DE GOVERNO TODO EM PROCESSO DE REVISÃO. Isso é realmente novo na política. Ela é a primeira candidata da história do Brasil que descumpre seu programa de governo antes de chegar ao poder. Por tudo isso, não restam dúvidas que Marina é a candidata da mudança. Ela muda sem parar. Essa é sua “Nova Política”, uma mudança nova a cada dia. Não é possível acompanhar a labilidade de seu caráter ou de sua mente. Ou ela mente. Não importa. O que importa é que Marina representa a mudança, a mudança de um Brasil aberto e tolerante para um Brasil refém da intolerância fundamentalista, de um Brasil voltado para sanar sua dívida com seu povo pobre para um Brasil escravo de seus bancos, de um Brasil democrático para um Brasil mergulhado em crise institucional. Por isso eu mudei também. Entrego essa semana meu pedido de desfiliação do PSB e cerro fileiras contra essa terrível mudança que ameaça nosso país. Não é possível submeter o Brasil a essa catástrofe. Marina Silva é uma alma em liquidação. Por um bom acordo eleitoral vende qualquer convicção. Mas aproveitem logo. Essa promoção é por tempo limitado. Gustavo Castañon é filiado ao PSB desde 2001. Doutor em Psicologia e professor de Filosofia na Universidade Federal de Juiz de Fora.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Sobre as mais “novas revelações” de uma imprestável revista semanal; sobre “engavetador” geral da união; sobre a “nova” política de uma candidata, etc..

Presto-me a transcrever a postagem desta data do Blog de Paulo Henrique Amorim (Conversa Afiada), sobre todo esse bombardeio cujo alvo é tirar da disputa eleitoral a candidata do PT à reeleição para, mais um período, dirigir os destinos desta nossa nação. “Acho estranho falar em destruição da Petrobras. Saímos de R$ 15 bi de valor da empresa e chegamos a R$ 111 bilhões” (Dilma Roussef, Presidenta da República) A Presidenta Dilma Rousseff criticou, nesta segunda-feira (8), os argumentos contrários à atual gestão da Petrobras e disse achar estranho falar em destruição ou sucateamento da empresa. “Saímos de R$ 15 bi de valor da empresa e chegamos a R$ 111 bilhões”, afirmou a Presidenta em entrevista ao Estadão, para completar: “Falam mal da política de conteúdo local. Voltamos a ser a quarta indústria naval do mundo. Chegamos a 81 mil empregos. Petrobras é a maior empresa do país”. Sobre as denuncias de corrupção na empresa, Dilma defendeu os mecanismos de investigação criados nos governos do PT e lembrou o desempenho de órgãos federais em gestões passadas. “O que aumentou foi a investigação. Ninguém investigou o afundamento da P-36. Ninguém fez CPI. Não é própria das plataformas ficarem por aí afundando”. A candidata à reeleição se refere à Plataforma P-36 que afundou durante o mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2001. “O que me estranha é que outros esquemas de corrupção não tenham tido o mesmo tratamento. Caso de mensalão do DEM e o do mineiro. Quem não investiga não descobre. Não engavetamos nem impedimos a Polícia Federal de descobrir. Nosso procurador nunca foi engavetador.” Sobre a reportagem de capa da Veja, que trata da delação premiada do ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, Dilma, que diz esperar por mais informações para tomar decisão, foi enfática: “A imprensa não tem nenhum fórum para me dizer que alguém é corrupto ou não. Quero informação a mais aprofundada possível. Quem é competente sobre o assunto é Polícia Federal, Ministério Público e juiz da Suprema Corte. A própria revista não diz de onde tirou as informações.”, enalteceu. “Determinei ao José Eduardo Cardozo que ele fizesse um ofício à Polícia Federal que se tiver alguém do governo federal envolvido nós gostaríamos de ter acesso a essa informação”, explicou a Presidenta. Sobre Marina Silva (PSB), candidata adversária, Dilma fez ressalvas quanto às suas propostas. “A candidata Marina é bem intencionada. A comparação com Jânio Quadros e Fernando Collor é que ambos governaram sem partido e sem apoio.Quem acha possível não ter partidos geralmente tem alguém muito poderoso por trás, normalmente os mais ricos. Isto não é nova política. Isso é uma política que levou o país para crises”. Dilma voltou a defender a reforma política como pauta principal caso seja reeleita. “Sem reforma política, sem financiamento popular, não tem essa questão de nova, nem velha política. Alguém pode achar que faz parte das atribuições da Presidenta fazer nova política. E não é. Tem que mudar o atual formato. Eu sei que a maioria das pessoas querem que melhore a maneira de financiar campanha”. Por fim, questionada sobre o “Volta, Lula” em 2018, a petista reiterou: “Todo mundo que apostou num conflito entre eu e Lula, errou, porque a gente tem uma relação fortíssima, de convívio diário. Se ele quiser voltar em 2018, estarei com ele”, finalizou.