quarta-feira, 9 de outubro de 2013

OS EMBARGOS INFRINGENTES, "OS MALES IMPOSTOS PELO PT AO PAÍS"


Vocês já viram o mal que o PT fez nesses dez anos?!”. Uma pergunta carregada da mais alta indignação. Prosseguindo, “Ora, me veem agora com embargos. Somente assim eu conheceria embargos”. Este comentário, eu ouvi (calado) de uma pessoa de nível superior, e de superior hierarquia  em seu setor (militar), que deveria ter noções de Direito e assentido por todos os demais da roda de conversa. Ele, ao que  parece, não sabe que o matador da missionária americana está em seu quarto julgamento, decorrente de apelações. Um criminoso, homicida, pode gozar de mais de três apelações, o equivalente aos embargos, a grosso modo; mas um político que não matou pessoa alguma não pode usar de apelação, mesmo não tendo sido condenado por unanimidade. Permito-me não entrar em detalhes. Pois bem, este é o retrato de uma situação que se agiganta no seio de uma classe, ao meu ver, média-média e imagino o que não poderá estar ocorrendo em estamentos superiores, no seio das elites.

Em verdade, eu mantenho-me calado porque já cansei de reagir a essas coisas e tenho comigo que o próprio PT e, acima de tudo, o governo, não reagem e fingem aceitar críticas por causas democráticas, quando os inimigos nada têm de democráticos. Aproveitam-se de concessões a empresas jornalísticas de canais de rádio e TV, utilizando-se de um bem público, para disseminar, massificantemente, mentiras no intuito da desmoralização, do enfraquecimento, da queda de governo legitimamente eleito, como já ocorreu em 1954 com Getúlio Vargas, levando-o ao suicídio; a tentativa frustada com o governo JK, ao que me parece em 1958; em 1964 com o golpe militar que perdurou por duas décadas.

Mas são reações da “cassa grande” quando observa que a “sensala” está se organizando, está conseguindo se aproximar “das cercas que beira os quintais” da casa grande. E este pressentimento e suas reações acontecem porque projetos de cunho social têm surtido efeitos. Estão aí, a redução da miséria, o PRONATEC, O PROUNI, as cotas raciais, a inclusão social de milhões de desgarrados,- “a renda dos 10% mais pobres cresceu 14%” a valorização do salário mínimo. A respeito, retiro ainda as pérolas, a seguir, da coluna de Benjamin Steinbruch (sobrenome bem comum a brasileiro, não?), “Opinião Econômica”: “os ganhos do salário mínimo, a despeito dos seus impactos nas contas da Previdência, precisam ser preservados”, ótimo, mas note-se o “a despeito” e vem então com “aumento real do salário mínimo elevou custo do trabalho, mas colaborou para melhora do IDH”. Façamos uma reflexão sobre a opinião do colunista de nome esquisito. Não importam os ganhos do salário mínimo, o mais importante nisto são os impactos nas contas da Previdência! Os pobres aposentados de salário mínimo, especialmente, tiveram ganho. Ganho que move toda uma economia de milhares de cidades pequenas, arrastada por longos anos, do interior do país. Mas e “os impactos na Previdência”? Por eles, pela teoria liberal, ou neoliberal o controle fiscal está acima de tudo mesmo que acima da preocupação com os mais desvalidos, os mais miseráveis. E diz ainda que o aumento real do salário mínimo elevou custo do trabalho, mas colaborou para melhora do IDH. Ora, elevou custo do trabalho, isto é péssimo para eles. Quem oferta o trabalho? E quem, de certa forma, perderá com a elevação do custo? Eles mesmos, que ao longo dos séculos e séculos vêm enchendo as burras, descaradamente.

E tem mais, dentre os projetos sociais está o mais recente e que omiti antes e que é motivo de revolta de uma parte da sociedade, o MAIS MÉDICOS. No jornal A TARDE, de 08/10/2013, Luis Cláudio Correia, livre docente em Cardiologia, escreve: “Diabetes era definido como glicemia de 140 mg/dl e hoje se considera que glicemia de 100 ml/dl não é normal [isso] está mais para medicina baseada em fantasia um lucrativa fantasia”. O livre docente bate na ferida: “o conceito de prediabetes...tem sido inadequadamente utilizado para justificar o uso de medicações sem base científica suficiente”. Pois é a noção da elitização da medicina, com as concentrações absurdas de médicos em cidades de grande porte; o conceito de especialização: cardiologia, dermatologia...; o relacionamento imoral de médicos com os grandes laboratórios e as grandes empresas de produção de imagens e, enfim, o descrédito pela clínica geral, pelo atendimento clínico, o atendimento a “olho nu”, coisa que é bem comum entre os médicos cubanos.

2014 vem aí. Já antevejo uma guerra onde as elites irão usar todas as forças imagináveis, visíveis e “ocultas” como adjetivou Jânio Quadros, com o objetivo de interromper a caminhada do país na direção de uma sociedade mais justa.