terça-feira, 3 de julho de 2012

A Destituição (ou golpe de estado) do Presidente do Paraguaio


Com certo receio, acompanhei a destituição do primeiro mandatário do Paraguaio. Digo receio porque relembro do que ocorreu com o ex-presidente Fernando Collor, cujo impeachment apoiei, logicamente, e que me pareceu, a princípio, haver semelhanças entre os dois atos, uma vez que se expulsou o presidente, no caso de um e do outro país, de uma forma revestida de legalidade, pois que partindo dos congressos nacionais. A grande imprensa, tendenciosa como sempre, favorável a qualquer que seja investida da velha direita, assume a defesa da legalidade do ato de destituição do presidente Lugo. Os considerados socialistas, esquerdistas, acusam de golpe, ou neogolpismo, assim como ocorreu em Honduras, Haiti, como se quis que ocorresse na Venezuela, no Equador...
Na verdade, a velha oligarquia latino-americana não aceita que governos de tendências socialistas, ou, ao menos, um pouco preocupados com a sofrida baixa camada social, assumam e tenham sucessos. Assim como se têm exemplos de outros países latinos americanos, já se tentou a derrubada do governo Lula e constantemente agridem a Presidenta Dilma e o seu governo. Vejamos o que segue, extraído do Blog de Luis Nassif.

José Alencar não aceitou o golpe da deposição de Lula que a direita lhe propôs

Com informações do jornal "Valor":

JOSÉ ALENCAR REPELIU INVESTIDA DA OPOSIÇÃO CONTRA LULA EM 2005

“Numa manhã de 2005, no auge da crise do mensalão, o então vice-presidente, José Alencar, chegou contrariado ao seu gabinete. Ele estava irritado e repetiu algumas vezes que iria combater veementemente se quisessem tirar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva do cargo.

Quem conta isso é um amigo de Alencar, que disse ter presenciado a explosão daquele dia. "Ele deu a entender que tinha sido procurado por gente da oposição e também por gente de outros setores e que não aceitaria, que não entraria numa dessa e que combateria qualquer iniciativa de apear o Lula da Presidência", disse ao jornal “Valor” esse interlocutor de Alencar que pediu para não ter seu nome citado. As informações são do jornal “Valor Econômico”

A frase que o então vice-presidente (morto em 2011) usou naquele momento e que ficou na memória do amigo foi: "Tem gente da oposição e também mais gente querendo tirar o Lula". Quem ouviu isso naquela hora ficou com a sensação de que Alencar se referia aos partidos de oposição [da direita] e a pessoas da área empresarial [e da mídia e militar?], lembra o amigo.

O episódio envolvendo Alencar foi relatado na semana que passou em artigo escrito pelo ex-ministro de Lula e atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT). O texto foi veiculado pela agência "Carta Maior" sob o título "Um golpe de novo tipo contra Lugo" [transcrito neste blog ‘democracia&política em 25 jun: http://www.democraciapolitica.blogspot.com.br/2012/06/um-golpe-de-novo-tipo-contra-lugo.html]. Genro fala do que chama de "uma conspiração de direita" que votou na semana passada pelo impeachment do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, e que, segundo o petista, deu novo tipo de golpe de Estado, "pelas vias legais" ]sic].

O governador compara a situação de Lugo com as pressões sofridas por Lula durante a crise do mensalão - o [ainda suposto] esquema de [caixa 2 e] compra de votos de parlamentares, que abalou o primeiro mandato do então presidente. E escreve que, se estivesse isolado, Lula certamente teria sido afastado em meio ao uso político [pela direita ansiosa de voltar ao poder] do [suposto] mensalão.

E prossegue: "Acresce-se que, aqui no Brasil - sei isso por ciência própria, pois me foi contado pelo próprio José Alencar -, o nosso vice-presidente falecido foi procurado pelos golpistas "por dentro da lei" e lhes rejeitou duramente."

FONTE: informações do jornal “Valor Econômico” transcritas no blog “Os amigos do Presidente Lula” (
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2012/06/jose-alencar-repeliu-investida-da.html) [Título, imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].